Amamentar. Pôr para dormir. Banhar. Ensinar a lição de casa. Brigar. Pôr para dormir novamente. Se isso que é ser mãe, me desculpe - a senhora nunca foi mãe para mim.
Dar-me de mamar? A senhora pouco fez, só por três meses. Disse que não podia, seu peito doía, uma doença estranha e contraditória começada com mas..., mastite, isso! Acho que era mesmo. Os médicos falaram alguma coisa sobre seus seios terem crescido demais e estarem pressionando o coração. Vazou amor, foi-se o leite.
Pôr para dormir? Nunca parou para tal também. Todos os dias deitava ao meu
lado, lia algumas doces mentiras, me dando assim uma passagem para o mundo dos sonhos.
Banhar? Jamais. Na verdade, a senhora diariamente parava para me lavar e com a quentura de uma água gelada tirava-me todas as dores inexistentes e medos iminentes.
Ensinar a lição de casa? De jeito nenhum. Ao invés de me falar das mesmas coisas que a professora feia da alfabetização, a senhora contou-me coisas sobre uma tarefa estranha e meio confusa – chamada vida; falou-me de um conteúdo meio esquisito, se bem me lembro chamado conselho.
Brigar? Não mesmo. Vociferou algo sobre livre arbítrio e responsabilidade, contou-me de uma tal de escolha própria que eu devia conhecer e uma tal de consequência sobre quem eu devia pensar com mais calma e carinho.
Se ser mãe é fazer bom uso do verbo no imperativo a senhora nunca foi mãe mesmo. Porque desde que não me falha a memória sempre te comportaste como um substantivo de sobrenome esquisito: abstrato, e de nome pouco conhecido: amor.
Que texto maravilhoso! Mãe é mãe, e não importa todas as brigas, os castigos, cascudos, sempre vai ser aquela pessoa que você vai amar mais que a si mesmo.
ResponderExcluirVou cobrar tá, rsrsr tá! bjs querida!
ResponderExcluirQue lindo, Gabi...que lindo!
ResponderExcluirMamãe vive de orgulho, tenho certeza.
;)
Beijo.