segunda-feira, 18 de abril de 2011

Matando as saudades

Clarice era previsível – esse tipo de menina para namorar, que se encontra em cada esquina, e por isso estava com ela há quatro anos. Já Carolina era aquele tipo raro de mulher; de personalidade forte, muito atraente, com aquele ar malicioso de quem não precisa de ninguém, que não se prende: era um fantasma do passado que voltava para fazê-lo suspirar.
Lembrava-se bem do dia em que conhecera Carol, quase cinco anos atrás. No instante em que a olho apaixonou-se. Ela era ainda uma menina, mas nunca havia visto mulher tão linda, e o esforço da conquista foi recompensado; ela se entregava de corpo e alma a tudo que fazia. Pena que em um dia ensolarado confessou-lhe que precisava ir a lugar algum respirar os ares da liberdade e doía só de lembrar aquela falta; o vazio que ela deixara era imenso e a maldita até tinha falado em voltar, mas só agora retornara.
E o encontrava ali com a vida refeita. Encarar aquele olhar era torturador, sentia um desejo enorme de cobrar-lhe, de senti-la, de tê-la uma única vez mais – e assim o fez. Trair? Nunca havia cogitado antes, mas Carol era Carol. Ela armou o bote como uma cobra peçonhenta, mas não possuía veneno algum, havia pingado-lhe apenas algumas gotas poderosas daquela maldita saudade e feito com que ele relembrasse alguns dos momentos que deveriam passar longe de sua memória.
Deus, o que ele tinha feito? Clarice era louca por ele e ele a adorava também; queria casar, queria que ela fosse mãe dos seus filhos e ele trocava um futuro estável por uma lembrança? Era hora de terminar com aquilo, antes que ele enlouquecesse e trocasse toda a segurança que tinha por um maremoto passageiro. Levantou-se e deixo-a ali: nua, deitada de costas para cima, o encarando. E por um breve instante, achou ter visto uma lágrima no canto daquele belo olho, no entanto, ele já havia aprendido a não se levar pelo coração e jamais esqueceria que Carol era Carol, sempre fugiria.

5 comentários:

  1. Desculpa mesmo minha falta de tempo. Ótima semana.
    Tem TEXTO NOVO ...


    Um beijo..

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  2. Que bom receber seu comentário tb, seja sempre bem vinda!

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  3. oi gabriela, tudo bem?

    garota, que belo conto! homens e mulheres muitas vezes se encontrarão nesse dilema: segurança ou aventura? a segurança é ótimo mas quem não gosta de aventura? talvez o mais sábio a se fazer, seja juntar na mesma pessoa, tanto a segurança, quanto a aventura! aí é a glória! rss

    beijos e desculpe a ausência, vou melhorar.

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