segunda-feira, 30 de abril de 2012

Fica



Ei moça, preciso muito te revelar uma coisa. Por esses tempos, trago aqui dentro de mim, um misto de culpa e medo. É que você não é mais a mesma, não me recebe mais com aquele sorriso aberto, não me faz mais carinhos, parou de tentar colocar em minha cabeça o tamanho do seu amor, não exige mais saber o que eu tenho ou como estou.
É, minha menina, você mudou. E eu me pergunto insistentemente o que foi que aconteceu. Fico então com aquele medo que faz nascer uma raiva monstruosa, só de pensar que o motivo do seu comportamento frio possa ser outro. Alguém que tenha sequestrado o seu amor. E o que mais me preocupa é o fato de ainda não ter pedido resgate.
Mas aí meu amor, eu vou aos poucos me lembrando de quem você é. Os seus valores e princípios me olham ofendidos, recordando que você não seria capaz de tal ato. E tal recordação acorda uma culpa adormecida, que ocupa mais da metade do meio peito. Me vem a cabeça as vezes em que fui grosso, as outras que te deixei a esperar, aquelas que deixei seu sentimento sem resposta ou que te troquei por outro programa qualquer. E passo a ser mais um a pedir que o tempo volte.
Por isso é que ando assim, tentando corrigir meus erros com um beijinho daqui, uma declaraçãozinha dali. Fui perceber, espero que não tarde, que vai ser ruim demais te perder; vai doer em nós dois e temo que caso isso ocorra o nosso orgulho nos mantenha um longe do outro. Prometo para você minha neném que se você abrir esse seu coraçãozinho machucado só mais uma vez para mim eu te curo. Acredita princesa. As coisas vão ser diferentes. Não vou te exigir nada, só vou te pedir uma coisa: fica comigo!  

terça-feira, 24 de abril de 2012

Palavra derradeira



Quando a gente sente demais o coração quer transbordar e acaba calando. Olhando para você agora percebi isso. Quis gritar tudo e pensei o que diria a você se essa fosse minha última oportunidade de lhe falar. Bem, ao contrário do que você pensa, diria que te quero do teu jeito. Que as tuas manias, a tua birra formam uma rima clichê de métrica imperfeita com a minha teimosia. Esse seu prazer interminável de me irritar, diferente do que parece, não ofende - me tenta a crer que o bom da nossa relação permanece no mesmo lugar, isso para mim já virou quase que prova de amor.  Até agradeceria por esse seu modo meio inconstante, explosivo: ele me fez por o pé atrás e pensar um tico mais, o furacão que chegou contigo me deu de presente uma calmaria. Confesso que essa sua insistência em deixar calado o seu sentimento ao mesmo tempo em que o meu grita, de início me  maltrata, depois me alivia; é que a calma e a cautela me fazem enxergar que essa coisa calada que você tem aí dentro não é mostrada por qualquer coisa.
Acho que você também merece saber que eu te admiro. Talvez você vá virar o rosto e tentar desconversar como faz quando quer fugir do assunto ou se sente envergonhado, mas sei que no fundo você vai se perguntar por qual motivo. Pois eu te poupo de tanta dúvida: admiro o modo como você valoriza a família; esse seu lado protetor que você tenta esconder da melhor maneira possível; a forma carinhosa como você trata tudo aquilo que você julga precioso e admiro mais ainda a criança que não deixa morrer dentro de você. E sinta o gostinho de vitória na boca, eu admito: morro de ciúmes de você, tenho um medo horroroso de te perder.
Acha que ainda falta alguma coisa, não é? Bem que me conheces. Ainda me resta te aconselhar. Peço que pense um pouco mais, planejar o futuro não faz mal a saúde; toma muito cuidado ao volante; cuida mais na tua alimentação, vai ver essa dor de cabeça, bebe um pouco menos, dorme teu sono direito e vive a tua vida.
Ah, só mais uma coisa: não esquece que eu te amo. Muito.