domingo, 30 de janeiro de 2011

Cada qual no seu lugar

Ok, acho que já estou entendendo, que começo a compreender como funciona; não precisa me explicar, eu entendi, já disse, entendi que esse mundo não é de gente boa. Não, não é não. Você era bom, ele também, e então o que aconteceu? Te levaram embora. A vida resolveu que era hora de acabar a festa, o destino achou que a gente aqui não te merecia e Deus, ah, Ele precisou de mais um anjo, não foi isso?

Me diz: como pode ser de gente boa esse mundo, se todos que ficam são sujos, não tem sentimentos? Parece que quem cá habita tem de ser forte, e para tal tem de ser frio, tem de perder o sentimento, tem que aprender a gostar só de si e de mais ninguém. E gente como você, que não consegue deixar de pensar no outro, que tem sempre que estar amando qualquer um, que é inumano e sabe perdoar (sim, meu bem, perdoar não é coisa do bicho homem), que faz curso para aprender a parar de sentir e mesmo assim não consegue; gente assim como você – gente boa – vai embora, rápido demais.

Conta aí: lá, para onde você foi não tem gente ruim, né? Todo mundo é bom, todo mundo sabe ser generoso, todos vivem agarrados com a tal da sinceridade, ninguém magoa onde você está, não é? Para onde te levaram não tem sentimento feio, tenho certeza, tudo deve ser bonito como seu coração. Só pode. Confessa aí para mim, me faz inveja e diz que por onde você vive agora não falta amor, que não existe essa podridão desse individualismo...

Te quero um bem danado, sabe? Morro de saudades, e pergunto todo dia ‘porque logo você?’; sou egoísta, amor. Esse deve ser meu mundo mesmo, já que nesse aqui não vive gente boa, esse mundo aqui, ah meu bem, não é PARA gente boa.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Papai do céu castiga

Fui criada nos padrões católicos: missas todos os domingos, novenas e procissões. Quando era pequena sabia rezar de traz para frente o pai nosso, a ave-maria, salve-rainha e o santo-anjo, mas não fazia a mínima ideia do que aquelas palavras significavam.
Para mim, Deus era um homem velho, barbudo, de cabelos brancos e que passava o dia inteiro a observar as pessoas e a castigar-lhes. Em casa se não fosse uma boa filha: Papai do Céu castigaria; na escola, se me comportasse mal: Papai do Céu castigaria; na missa, se não prestasse atenção e não rezasse: Papai do Céu castigaria. Então, resolvi entregar todo o meu medo para Deus. E como poderia ser diferente? Se tudo aquilo que eu conhecia e que enfatizavam era o castigo. Por isso, eu tinha pavor de Deus.
Até que um belo dia entrei em contato com o pó-mágico-de-pirlimpimpim da história e filosofia; descobri pouco a pouco a hipocrisia que carregava tudo aquilo que eu pensava acreditar. Como a Igreja Católica pode ser livre de todo e qualquer preconceito se, em pleno século XXI mulher ainda não realiza missa? Por que Deus fica feliz com as promessas se, maior parte delas, nos castigam e nos fazem sofrer? Ele não deveria querer uma troca boa, como uma mudança de atitude, ou mais uma mão estendida ao próximo? Ou ele ia querer mesmo ver a gente sofrer? Ele não é Pai? Será mesmo que ele prefere uma oração enorme como um rosário, ou será que ele dá mais valor a uma conversa, a voz do coração? Por que padre/freira não podem casar, se o que Deus quer é a constituição de uma família unida, e o matrimônio não impede isto? Como pode ser bom uma reunião de pessoas em que só uma fala, em que só um diz a forma como interpreta a Bíblia? Todos estes e outros questionamentos fizeram com que minhas ideias virassem de cabeça para baixo; deparando-me com tantas dúvidas, hipocrisia e prepotência desacreditei em tudo que eu acreditava e que eu me forçava a acreditar.
Deixei de crer em Deus e mandei minha fé passear? Muito pelo contrário. Eu passei a crer mais ainda em um ser divino, superior; mas ele mudou. Não é mais aquele mesmo Papai do Céu de antes. Nesse novo Deus eu não vejo barba, não vejo cabelos brancos, na verdade, eu nem vejo feição alguma. Esse novo Deus, ele não tem função exclusiva de "castigador", esse novo Deus é uma espécie de terapeuta; ele escuta tudo aquilo que a gente quer dizer, Ele escuta a gente falar dos nossos planos, das nossas dores, das nossas insatisfações, do nosso sentimento de gratidão; mas ele não nos diz o que fazer, trabalha com um tal procedimento chamado Livre Arbítrio, ele deixa a gente fazer o que considera melhor e continua só a escutar, não nos castiga ou muito menos nos condena por isso, deixa com que arquemos com as consequencias das nossas escolhas; e depois de mudada a opinião, Ele sempre acolhe, sempre torna a escutar e apoiar, qualquer que seja a decisão. O Deus que eu conheci ele não distingue ninguém por sexo ou cor, qualquer um (inclusive mulher) pode falar Dele. O Deus que eu creio não é melhor que o Deus que você crê, inclusive, eu acho que Ele é o mesmíssimo.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Nenhuma gotícula

Manuela era daquele tipo de mulher durona, quase nunca chorava na frente dos outros, no entanto não se aguentava em casamento; ela não sabia o ‘porquê’, mas sempre desaguava naquelas malditas cerimônias matrimoniais. Porém daquela vez ela não iria borrar a maquiagem perfeita, não iria descer do salto depois de algumas doses de tequila, iria manter-se impecável, não daria o braço a torcer, o prazer (a ela própria) de demonstrar aquela dor, não perderia para si mesma.

Aquela música idiota mais uma vez infernizava a sua audição – droga de marcha nupcial. Ela não iria chorar, nenhuma lágrima, nenhuma gotinha de sentimento, nadica de nada. Sempre tinha reparado na magreza daquela menina, sempre tinha observado como se sentia mais bonita quando ela estava por perto, sempre sentira-se superior, mas nunca (nunca mesmo) tinha sentido aquela pontinha de ódio em relação àquela moça; mas há de se reconhecer: Manuela sabia assumir para si mesma quando era visitada pelo bichinho da inveja. Porra. Aquela maldita noiva tava linda; pela primeira vez na vida ela realmente estava linda. Não, ela não queria matá-la, não queria que ela caísse; dessa vez a mente de Manuela não funcionava maleficamente; dessa vez ela só estava se deixando dominar pela inveja: queria mesmo era estar no lugar dela, com o vestido dela, com o homem dela. Só que ela não iria derramar nenhuma gota por isso.

Aquele padre hipócrita falava de amor, falava de uma vida a dois, em um tal de para sempre. O sim não foi dito, muito menos interrompido: foi gritado, foi sentido, aplaudido. Muito arroz jogado, muito azar desejado. Que aqueles dois fossem passar a lua-de-mel no Caribe, que passassem pelo inferno e que fossem morar no diabo que os carregue; podiam ser felizes debaixo da ponte, podiam ter filhos horrorosos, podiam ter a vida que Manuela sempre quis, que mesmo assim ela não cederia a uma única lágrima. E nem iria perder a festa, iria ser a última convidada a ir embora, dançaria a noite inteira e encontraria o novo cafajeste de sua vida, por que não o melhor amigo daquele desgraçado?

-Meus pêsames, Eduardo... finalmente encoleirado. – como ele estava ridiculamente lindo com aquele terno.

-Ah Manu, não acredito que você veio, que bom, que bom. Não faz ideia do quanto isso é importante para mim.

-É. Eu não faço.

-Aproveita a festa. Depois a gente se fala.

Diabos. Como ela odiava aquele beijo na testa; sim, porque beijo na testa era sempre falso, sempre mentiroso, beijo na testa sempre gosta de iludir. Trocou a tequila pelo gim, afinal é a bebida de quem perde alguém. Uhum, ela se considerava derrotada, de vez; ok, ela tinha perdido. Mas afinal de contas, perderá o que mesmo? Ele não passava de um canalha, era um canalha sim.

A festa estava ótima e ela já estava de saco cheio, já havia rodado todo o salão e optado por um canto isolado. Mais uma dose de gim. Droga.

-Me diz Manuela, fala para mim, sua burra; confessa que você está arrependida mais que nunca; que queria que essa porcaria de tempo voltasse. Confessa, confessa que você queria ter feito tudo diferente, vai sua imbecil.

-Falando sozinha, dona Manuela?

-Ah, é você? O louco da festa...

-Eita, que não desarma mesmo?

-Que você quer, hein Eduardo? Eu já não vim nessa sua festinha idiota, que mais você quer de mim?

-Ei, ei, eu te disse no inicio que eu voltava, não disse?

-Voltava? Voltava para onde? Para minha vida? É isso?

-Calma Manu, não vamos misturar as coisas...

-E quem está misturando alguma coisa aqui? Eu? Ou você?

-Manuela, você sabe que eu não te prometi nada, você sabe que eu não te iludi.

-Claro que não, senhor consciência limpa.Aquelas promessas de que ficaríamos juntos, aquela conversinha idiota de amor eram piadas não eram? Eu sei, sei que eram...mas eu sempre fui burra e lerda demais para achar engraçado a tempo.

-Manu, Manu, não confunde as coisas. Eu tinha 16 anos quando te falei, quando te escrevi aquelas coisas, você tinha só 13.Nós éramos duas crianças, tá na hora de a gente crescer, não acha?

-Você cresceu sozinho, quer dizer, sem mim, não é senhor ‘eu vou te esperar’?

-Olha aqui Manuela,se você quer mesmo saber, eu te amei, tá ok? Eu fui louco, louco por você. Foi você quem não voltou, foi você quem sumiu primeiro, eu não podia esperar a vida toda.

-Claro, Eduardo, claro. Três anos são uma eternidade, e você tem razão: aquele tempo já passou; você cresceu, meu querido, virou adulto e eu continuo a mesma criança...sem derramar uma única lágrima.

-Manu, volta aqui, espera, espera...

-Quem sabe eu espere uma próxima vez, quem sabe eu espere para seu próximo casamento.

sábado, 15 de janeiro de 2011

A seu respeito

Ei, realmente quer saber o que eu penso sobre ti? Quer mesmo que eu diga tudo? Pois lá vai – eu te acho engraçada. Aham, é isso mesmo, acho tudo em você muitíssimo engraçado. Fico rindo sozinho quando penso em você quando sente-se zangada, no bico que você faz, como põe a mão na cintura e bate o pé; acho super engraçado o seu perfeccionismo na cozinha, tem sempre que limpar tudo antes de acabar o prato; acho engraçado a forma frenética como você trabalha, sem conseguir se concentrar; acho engraçado o modo como você quer chamar atenção e fica atipicamente quieta, na sua. Por falar nisso, acho super engraçado esse jeito inquieto, frenético, parece uma formiguinha de um lado para o outro. Mas o que eu acho mais engraçado em você é a forma como acha que sabe fingir: finge que não liga, que não está chorando, que não quer mais, que já passou, se faz de durona e finge muito mal que não sente. Se você queria, agora já sabe o que eu penso a seu respeito: te acho especialmente, incrivelmente engraçada, e só.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Nos reencontros da vida - Meio passo






























“Helena sentiu-se mais enraivecida ainda, queria batê-lo, pedir para que ele a olhasse e a quisesse. Estava com a alto-estima ferida e com o caminho da desistência traçado.”

Voltaram para casa – ele tagarelando sobre suas filosofias de vida, ela ocupada com seus novos planos para esquecê-lo. Marcos falava cada vez mais e ela respondia cada vez menos, olhava-o com a esperança agonizante de que ele percebesse seu desejo, queria dar-lhe uma ultima chance, alimentava uma pontinha a mais de expectativa do retorno; respondia-o em monossílabos, e vez por outra lhe dava um sorriso. Naquele ritmo a tarde não demorou-se a despedir, logo veio o pôr-do-sol. Helena sentou-se a beira do mar, deixou que as ondas molhassem seus pés até que o sol finalmente adormecesse, decidindo ao mesmo passo que acabava ali, que já havia ultrapassado os limites, ela não precisava de um Romeu, ela nem era Julieta. Tomou o caminho de volta para casa e jogou-se debaixo do chuveiro, comprando a passagem de volta para realidade: ele não seria o primeiro que ela teria de esquecer.

Demorou-se no banho, queria que a água a deixasse neutra e forte outra vez, evitaria qualquer contato, nada de indiretas para relembrar o passado... agiria como se eles sempre tivessem sido apenas primos: nada mais. Iria sentar-se só e terminar o livro que havia largado pela companhia de Marcos, só que mais uma vez ele tinha de atrapalhar seus planos:

- Ei Helena, vamos ali, na praia?

- Ah, claro, vamos sim...

Ele era mesmo um idiota. Tinha de fazer com que ela traísse sua razão constantemente? Pobre menina. Lutava ardentemente para dizer-lhe um N-Ã-O, mas queria sempre responder que sim, sim, sim.

Sentaram-se os dois lado a lado, Marcos passou o braço pelas costas da menina; ela segurou-se para abafar um suspiro esperançoso, fechou os olhos no medo de que tudo aquilo fosse uma tremenda mentira.

-E agora, Helena, se o gênio aparecesse você saberia o que pedir?

-Eu realmente não tenho ideia...

-Um abraço? Um tapa? Nada?

-Não, eu não sei...

-E um beijo?

Deus do céu será que ele estava mesmo falando com ela? Será que ele estava mesmo dizendo o que ela queria ouvir, será? Não tinham tempo a perder, já haviam perdido amor demais. Ansiosa Helena recostou a cabeça naquele ombro conhecido, fechou os olhos e entregou-se ao seu desejo; deixou depois de muito que seu coração gritasse, beijou-o como há tanto queria e sentiu como nunca tinha sentido antes.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Para casar

- Tudo bem, filho? Você me parece preocupado...
- Mais ou menos, pai. É que eu encontrei uma garota e ela é meio diferente.
- Como assim 'meio diferente'?
- Não sei explicar direito, mas ela não é normal. É estranha, pai. Ela não é linda, mas é bonita sim; chama atenção aonde chega. É uma menina... não, não, na verdade, é uma mulher. Então, como eu ia dizendo: ela é uma mulher com postura, daquelas difíceis na medida certa, que tem um mistério no olhar, você olha para ela e sente vontade de descobrir o que ela esconde, de curar aquela pontinha de dor que tem no fundo do olho. Ah, ela também é meio engraçada, gosta de brincar com tudo e rechear qualquer piadinha com sarcasmo. E por incrível que pareça ela gosta de política, pai, assiste ao jornal e odeia novela. Se eu te contar você não vai acreditar, cara, mas ela assiste futebol; pode não torcer para o meu mengão, mas ela explica o que é impedimento e conhece a hora exata do penalti. Sem falar que ela é cozinheira de mão-cheia, arrebenta na cozinha e quando eu a olho com uma criança, sinto vontade de dar logo um filho para ela. Para completar ela não é grudenta, sabe dar carinho na hora certa, não liga a todo o segundo e gosta de me agradar, sempre me faz uma surpresa. Se fosse um pouquinho menos cabeça-dura e não tivesse TPM eu diria que ela era perfeita.
- Ah filhão, entendi. Isso se chama rejeição, não é? Você está louco por ela, só que ela não corresponde como você quer, é isso?
- Não, pai, não é isso não! Ela gosta de mim, nem precisa falar muitas vezes: eu vejo nos olhos dela. Quando faço um elogio ela ri e fica logo vermelha, me encara e tenta me dizer que dessa vez é para valer, que ela me quer mais do que eu penso. Ela gosta de mim, velho, muito mesmo. Mas sabe o que é? É que eu não mereço tudo isso, ela é muita areia para o meu caminhão, música alta demais para o meu ouvido. Sabe como é pai, ela é especial demais.


terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Acaba-te disposição

Maquiagem impecável, nem um fio fora do lugar, o corpo na melhor forma possível, a roupa mais bonita do armário e o efeito quase nenhum (para não dizer que ele foi-se embora de vez e resolveu não mais voltar). Gastei os sapatos,os neurônios e principalmente, o coração para tentar te atingir uma única vez mais. No entanto, você cresceu, está bem mais alto, em um céu que eu, há muito, desconheço.
Todas as armas falharam, todas as expectativas suicidaram-se afogadas em seus próprios planos, e a esperança já não é mais verde - amadureceu,amarelou. Ok, desisto! Paro por aqui. Juro, pela última vez, que é último, que não tem mais de onde vem esse amor; a gente cansa, ? E uma hora eu vou ter de cansar. O calo já tá se reclamando de dor, tá gritando que vai romper.
Prometo que de uma próxima, quem sabe, eu vou me torturar, que eu vou me doer um tiquinho mais; só para não esperar muito coisa. Espere, acalme-se, que tarda mas não falha. Um dia, uma hora, em qualquer lugar, eu vou dizer 'desculpa, é só uma vaga lembrança; já não cutuca, não me dói'. Porque enfim, um dia a gente cansa.


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Que venha o novo

2011,

Você acabou de chegar e eu quero que nossa relação seja de extrema sinceridade, por isso lhe aviso logo: eu espero muito de você. Não me leve a mal, mas quero que sejas diferente dos outros, quero que sejas especial.
Calma, não se precipite e zangue-se logo comigo, pode tirar essas quatro pedras da mão - você não carrega toda a responsabilidade, eu fiz a minha parte. Quando você estava para chegar eu me preparei: tomei banho de mar para que ele levasse embora todos os pensamentos e sentimentos ruins, para que o sal me livrasse de toda inveja e mal-olhado e eu pudesse te receber de espírito limpo; para esperar-te me vesti com todas as cores e significados que eu espero que você traga na mala: verde, branco e cor-de-rosa, quero deixar bem claro tudo que eu penso em receber. Pulei as sete ondas, não ousei sentir o cheiro de bicho que anda para trás, comi uvas, lentilha e todas essas coisas; consultei uma cigana e ela me disse para seguir o coração que eu consigo o que quero.
Sei que a pressão é grande, que estou esperando de você muito mais do que esperei dos outros, mas não se concentre nisso: faça a sua parte que eu faço a minha, certo? Você surpreende e eu mudo. Não, não são somente promessas de ano-novo, dessa vez é de verdade: vou aprender a confiar no coração, vou ser mais paciente, mais tolerante; vou aprender a ouvir mais; não vou remoer, vou ser mais flexível, para assim, quem sabe, o novo chegar...

Queridos, voltei hoje de viagem; Logo, logo respondo a todos os comentários.
Beijos enormes