quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Ao meu futuro cafajeste

Olha cara, eu tinha tudo para não gostar de você. Tudo o que eu pensei não querer para mim eu encontrei em ti – você fuma, bebe demais, é inconsequente, irresponsável, não leva nada a sério e não vale lá muita coisa. Mas quer saber de uma coisa? Foi em você que eu achei tudo o que precisava. E quer saber o que mais? Eu adoro você.
Adoro o seu sorriso branco, safado; adoro a sua cara de menino e o seu jeito largado; adoro o modo como você passa a mão nos cabelos e bagunça mais ainda; adoro o jeito como você teima comigo e insiste em brigar; adoro quando você faz birra e me deixa sem paciência, com vontade de te bater; adoro muito quando você deita a cabeça em meu colo e me conta suas mágoas, mostrando a mim um lado que ninguém imagina, me obrigando a te encher de carinho; adoro demais o modo como você me abraça, sem dizer nada, e me faz querer ficar para sempre nos teus braços.
Eu ainda nem te conheço,convivo contigo só na vontade, mas eu adoro tanto tudo em você, meu futuro cafajeste. Eu sei que você está para chegar, daqui a algum tempo. Não tem como ser diferente – você é o que causa uma mudança drástica no meu comportamento de menina politicamente correta e eu sou a calmaria que sua vida anda precisando. Eu te conheço de longe, por auto, e sei que eu sou o que você anda querendo, aquilo que você anda precisando; eu me conheço bem de perto, profundamente, e sei que você é o que eu sempre não busquei. Mas não se preocupe, não tenha pressa em vir até mim. Não estarei lhe esperando parada, mas estarei em seu caminho, na sua frente, quando tivermos de ser. Você vai notar alguma coisa a mais em mim e eu irei ter a certeza de que é você, não se apresse, saberemos nos reconhecer. Eu saberei lhe dar tudo o que você quer e perderei, em troca, tudo aquilo que se excede em mim, que não fará falta.Eu sei, meu bem, que você vai chegar para mim e eu irei até você; sei que será muito mais que corpos, bem mais que físico e pouco menos que pra sempre. Vai ser a gente, quando tiver de ser, nós vamos nos reconhecer.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Cartas para você renascer - a última

Anjo querido, desisti de te esperar. Mas acalme-se, por favor, não foi pela comum impaciência ou pela frequente birra; eu entendi, meu amor. Percebi que chegou a sua hora, porque sim, uma hora TODOS vão embora. E, ah, como eu sentirei a falta tua, mas compreenderei, meu bem.
Vá, não se preocupe, eu ficarei bem. Esse tempo em que passei a esperar que você voltasse me fez um bem danado - aprendi a me cuidar. Finalmente, eu cresci. Você se lembra como eu queria crescer? Te confesso, não é o que eu esperava; não é libertador, não é bonito e nem doce. É uma coisa amarga, fria, seca, monótona, que faz uma bola de angustia crescer no peito.
Mas mesmo assim: sem gosto, eu queria que você estivesse me vendo agora. Queria poder ver em teu rosto um sorriso lambuzado de surpresa só por me ver séria, adulta. Ah, meu querido, sabe o que eu queria de verdade? Que você pudesse me explicar essas mudanças, dizer o que são esses sentimentos ruins, dizer porque eles são assim, porque eles mexem desse jeito e enfeiam parte tão bonita do meu coração; queria que você pudesse me ensinar essa coisa de ser gente-grande, me orientar e dizer como é que se faz.
Só que você teve de ir. De vez. Siga, meu anjo, siga os passos desses ventos divinos; o perfume dessa primavera gentil. Pega na mão desse destino ingrato e o ensina a ser feliz, assim como você fez comigo um dia. Não te peço para ficar mais, te penso só. Cheia de saudades, morrendo de vontade de ser tua menina. Mas que bobagem, eu tinha de crescer.
Adeus, meu anjo bom.


domingo, 26 de setembro de 2010

Cativa-me!


Ei, tu que vai passando, cativa-me? E você, que está concentrado lendo um livro, cativa-me? Menina, cativa-me? E tu moço bonito? Cativa-me? Alguém escuta o que digo? Alguém que sinta falta de um amigo? E alguém que queira mais um? Ninguém? Oi? Cativa-me? Por favor, eu te peço!
Ah mundo cruel, tapastes os ouvidos dos que tem os olhos abertos e cegastes os que poderiam então olhar-me ternamente. Oh céus, aonde encontrar, alguém cativo, disposto. Aonde?
Por que se faz hoje o mundo assim? De pessoas isoladas, egocêntricas, "descativas"? Gente fria, amarga, que não sabe compartilhar um belo sorriso. Criaturas ocupadas demais, com a cabeça cheia de trabalho e dinheiro; vazias. Ninguém que queira dividir um algodão doce e algumas estórias açucaradas, ninguém disposto a dividir um amor.
E se tu, que estás tão longe da minha procura angustiante, ouvires meus gritos que imploram por ritos, amigos e verdades; grites de longe a responder meu apelo, que correrei para perto de ti e, assim então, poderemos dividir algo bom.
Olho por todos os lados e nada...


"Mas se tu me cativas, minha
vida será como que cheia de sol. (...) Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
-Por favor...cativa-me! disse ela"

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Nos reencontros da vida - Noite de Natal


"A noite foi crescendo e deixando de ser uma criança, as horas passaram rápido demais e o sentimento acelerava no peito daquela pequena menina, era hora de ir para cama. Marcos a levou até a porta do quarto e encostou-a na parede. Chegou mais perto e sussurrou em seu ouvido: "Dorme com os anjos e sonha comigo".

-Bobo, eu já estou sonhando."
Logo que deitou-se Helena conseguiu continuar aquele sonho bom, e o medo de que ele acabasse era tanto que ela dormiu até mais tarde - acordou lá pelas onze da manhã da véspera natalina, sentindo-se a criatura mais feliz do mundo. Cumpriu sua rotina matinal com mais calma que o comum, queria que tudo fosse feito perfeitamente, para que nada pudesse dar errado. Surpreendentemente o dia não estava tão frio, escolheu um short's curtos e a blusa azul que tanto gostava; penteou o cabelo por um bom tempo, as tais das cem escovadas das princesas, deixando-os caídos nos ombros. Olhou-se no espelho para ter certeza de que trazia em seu rosto seu maior sorriso, o mais bonito, o sorriso dele.
Saiu vagarosamente do quarto, deu passos curtos e lerdos, queria que o tempo não passasse, aquilo era bom de mais para ser verdade, bom de mais para ela; nunca tivera nada daquele jeito, nunca havia se sentido tão querida e necessária para alguém como sentia-se para Marcos, começava a achar que ele também era o que ela queria. Ao chegar a sala deparou-se com aquele rosto terno, cheio de amor p-a-r-a-e-l-a, só para ela. Sentia que aquela companhia lhe era imprescindível, nada podia ocupar-lhe o lugar e o doce daqueles braços; nessas horas desejava demonstra-lhe isso, entender-lhe os braços e contar-lhe como era fundamental aqueles abraços cheios de desvelo.
Ele parecia ler seus pensamentos - levantou-se de onde estava só para satisfazer a necessidade daquela garota. Ele tinha certeza de que ela era o que ele queria para o resto da vida. Abraçou-a docemente: 'Bom dia, dorminhoca. Pensei que teria de dar uma de príncipe encantado e te acordar com um beijo, dona Bela Adormecida'.
-Olha, Marcos, assim eu volto para cama!
-Bobinha, você não precisa disso - disse beijado-a delicadamente- é só você pedir que eu te dou todos os beijos do mundo. Ah, vai comer alguma coisa rápido que eu tenho uma surpresa para você. Vai, vai, presente de natal adiantado.
Naquele instante a pouca fome de Helena diminuiu mais ainda,a ansiedade saciava todo o seu desejo de fome. Engoliu qualquer coisa com um gosto forte e logo puxou-o pela mão, aquela que havia matado seu desejo natural não mandou embora sua amiga curiosidade. Mas depois dos dedos entrelaçados deixou-se levar por aquela segurança que ele lhe dava de presente sempre que segurava sua mão. Marcos a levou a dos lugares mais bonitos que ela já havia ido na vida; a menina deixou-se encantar pelo cheiro e pela beleza das flores; ai, era tudo um sonho bom, e ela não queria acordar de jeito nenhum, tinha achado o calor que precisava naquela cidade fria. Marcos não se cansava de contemplar aquela beleza contrastante: era pueril e selvagem ao mesmo tempo: irresistível. Abraço-a pela cintura e sussurrou em seu ouvido causando aquele arrepio de sempre:
-Vai, me conta, no que você está pensando...
-Em tanta coisa, em nada.
-Sabe o que eu penso quando olho para essas flores?
-Não. Em que?
-Em você, meu amor...
Beijo-a ali, na frente das poucas pessoas nostálgicas que se encontravam naquele lugar. O que eles queriam mesmo era mostrar para o mundo que pertenciam um ao outro e que tinha uma boa chance de, um dia, ser um só. Naquele beijo profundo ele queria dizer aquela pequena tão frágil que ele não queria e nunca iria lhe machucar, ela queria dizer-lhe que ele havia acabado com seus medos, e o seu coração estava doido, pedindo para se entregar.
Ficaram ali, abraçados por um instante, calados, dizendo muitas coisas um para o outro - coisas de amor, de carinho; promessas; sonhos; tudo coisa bonita. O sol já ia embora e convidou os sonhadores apaixonados a voltar para casa também; era tarde, era noite de natal. Os dois chegaram em casa radiantes, pareciam ter roubado toda a energia positiva que o sol carregava, brincavam com todos, não se continham.
A festa começou, estava tudo tão bonito, eram sempre assim as festas daquela família - cheias de amor. Marcos e Helena faziam o papel do casal perfeito: não se isolavam, mas causavam inveja em todo mundo, davam aquele gostinho de 'também quero'. A noite como sempre era uma criança pequena e crescia ligeiro demais e quando estava quase para morrer Marcos puxou a prima pela braço e levou-a um canto escondido, mas dessa vez não pronunciou uma única palavra, não deixo-a vermelha olhando-a intensamente, só a beijou, como se fosse a ultima vez, a ultima coisa que faria na vida. Disse para ela, naquele silêncio, que a queria, muito; ela o disse que tinha encontrado sua salvação de amor. E os dois disseram ao mesmo tempo que seriam um do outro para sempre, pelo ou menos naquele instante.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Das muitas poucas garotas


Ela era daquele tipo de menina que nem todos reparavam: sempre calada. Escondia por trás das suas grossas lentes um par de olhos míopes cheios de sonhos e fantasias. Ana - esse era seu nome. A garota mais tímida da sala. Não falava com as meninas populares, não atraia os olhares dos meninos bonitos; podiam eles não perceber, mas ela era linda. Não daquelas que você põe o olho e diz 'jesus', mas era daquelas que você olha, olha e não vê nada, além de um par de óculos e um pouco corpo. Mas se você continuar olhando pode, quem sabe, enxergar lá fundo, e perceber o quão harmônico era o seu rosto calado.
Só que na verdade Ana não se importava. Vez ou outra podia até sonhar acordada, se imaginar alta, morena e linda; fingir que era o centro das atenções ou que tinha amigos; mas depois de um ou dois suspiros isso nem lhe fazia mais falta. Vivia em seu mundo, com seus planos- calada.
Sempre que o professor colocava um tema em discussão Ana tinha uma opinião formada. Ela sabia sobre política, sobre os problemas mundiais, os conflitos religiosos; conhecia literatura; era boa em química e dava um show na matemática. Mas continuava na sua. Mesmo formulando uma resposta bonita, de causar inveja em qualquer um, ela continuava ali: inerte, calada.
Em casa era a filha exemplar: era excelente aluna,menina dedicada, irmã de ouro, neta preferida. O exemplo da família: não dava trabalho, só orgulho: calado.
Até o que sentia era discreto; sentia vergonha até de demonstrar. Qualquer sinal de carinho apresentado de qualquer lado, queimava de vergonha, porque sempre eram sentimentos intensos e paradoxalmente calados.
Ela tinha uma essência bonita, linda na verdade. Mas não era nada volátil, muito menos fosforescente. Era difícil de sentir, de se perceber, por isso, tão bela - extremamente preciosa, pura. Era apaixonantemente calada.


terça-feira, 21 de setembro de 2010

Desejado desamor

Você me prometeu uma flor, me prometeu as estrelas e até a lua. me prometeu uma casinha branca na beira da praia, dois filhos lindos, um cachorro e um gato! Me prometeu amor, carinho e dedicação. Disse que me faria feliz, nem que fosse a última coisa que fizesse na vida; me assegurou que eu sempre teria um porto, que ao meu coração, jamais faltaria ternura.
Você disse, e eu me lembro, que seriamos para sempre, escute: PARA SEMPRE, um do outro. Falou que eu nunca ficaria sozinha e que o mundo estaria aos meus pés. Ah, me prometeu tantas coisas que se esqueceu de cumprir!
E agora não sei o que fazer, não sei se corro atrás de você, te puxo a manga da camisa e te peço baixinho para honrar tua palavra. Ou se então, apago furiosamente todas as pegadas que deixaste na praia ao lado das minhas, se seco o mar para chamar a atenção e apago o brilho das estrelas a quem demos nomes.
Quer saber, me sinto perdida sem você. Os objetivos parecem ter perdido o sentido; e a rosa - as pétalas, ando sentindo só espinhos. Não gosto mais de filmes; odeio música; detesto macarrão e não suporto sentir o cheiro da cachaça. Tudo me lembra você, tudo me faz doer.
Queria te mandar para bem longe, te despejar do meu peito e fazer com que você pagasse com juros e correção monetária todas as ilusões que me fez comprar; mas ei, tudo bem, eu assumo: não consigo! É difícil demais para mim, é como expulsar um pedaço meu, a minha parte mais bonita. E seria insano rechear-me apenas de coisas podres. Não te imploro que volte para mim, mas encarecidamente eu peço que, por favor, você pare de machucar.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Carta para você renascer- a espera


Ainda vegetava em mim uma esperança de que eu não acabaria sozinha; achava que ao final da festa, teria uns três ou quatro, quiçá um amigo a bater em meu ombro no intuito de demonstrar o tal do 'pode contar' . Mas eu tinha que me enganar não é mesmo, meu amor?
Até você me deixou para trás. Faz tanto tempo que não aparece, a única coisa que realmente me dá vontade de continuar, são aqueles nossos velhos planos a quem eu sempre fui fiel.
Já não sei mais o que fazer, meu bem. Não deixo de usar o perfume que te agrada
, não apago a luz um instante sequer, na expectativa de que você chegue para me acalentar; até durmo encolhida, para que tenha espaço suficiente para deitar-se ao meu lado. Mas nada de você, faz tempo, nunca mais. Ando conversando só, como se as minhas palavras soltas pudessem chegar até a ti e ao invés dos teus conselhos em sonhos, que nunca mais recebi; tu possa me mandar um sinal, dizendo o que fazer, para onde ir. E coisas rara: estou sem pressa, cheia de calma. Entendo que anjos são ocupados e tem muitos corações para cuidar, entendo cheia de ciúmes, mas eu entendo.
Não se demore, você sabe que eu odeio esperar.
Beijos - da tua menina.


Carta para você renascer - a volta

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A experiência que não se têm

Quando a gente se decepciona acha que aprendeu tudo, que nunca mais aquilo vai acontecer de novo por que você “está vacinado”, já conhece aquela conversa e já viu tudo o que podia ver.

Mas não! Você ainda não viu nada, não tem noção do quão ingênuo ainda é e do quanto pode se deixar enganar,aliais, pela mesma conversa. E para que tanta prepotência? Para que achar que sabe de tudo? Só para descobrir que não sabe de nada?

É só se magoar um pouquinho, que a razão determina um protecionismo ao país do coração. E aí tu te fechas para as novas oportunidades, deixa portas e janelas bem trancadas, cheias de travas e fechaduras, para nem um sofrimento metido a esperto entrar disfarçado de boa nova.

E de que adianta? Que sentido faz você criar em torno de si uma cápsula protetora reforçada pelo rancor e medo, se hora por outra, o sentimento se aproveita de um cochilo da razão e estraga toda a sua barreira?

Por mais que você jure pela sua vida, que bata o pé e tenha certeza de que aquele ato insano de se entregar ou de sentir nunca mais vai se repetir, ele vai se repetir sim. O tempo não cura, não ensina, ele só lhe permite refletir e aperfeiçoar-se, nada mais. Não adianta, meu caro, para um amor novo basta uma brecha, um resquício de coração.



quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Nos reencontros da vida - Parte IV

Para se achar: Nos reencontros da vida - parte III
"Saiu do quarto, o coração palpitou, mandou embora para dentro de si o medo e em passos firmes encarou aquele olhar. Estava ficando mais forte, já não era tão fácil ficar bêbada. Tocou uma música qualquer, alguma coisa sobre recomeço, novo-amor. Como assim? Marcos se aproximava de Helena, puxou-lhe delicadamente pela mão, com o beijo-cavalheiro convido-lhe a dançar e ela deixou se levar por aqueles braços fortes."
Ela recostou-se naquele peito que se mostrava tão capaz de dar amor. Sentiu um cheiro forte de paixão e ouviu algumas palavras sobre carinho. Deus, que sensação era aquela? Ela parecia estar flutuando, buscava o chão mas algo não lhe deixava ir embora de um sonho bom. Marcos puxou-a para mais perto para dizer que ela era sua, a música era agitada e eles não saiam daquele passo lento de um amor-novo.
A vergonha ia embora pouco a pouco, não diziam que o amor é lindo? Helena encostou-se mais naquele corpo-segurança, não queria se desaninhar dali tão cedo. Ele lhe deu um beijo no queixo e foi descendo até que, novamente, suas bocas trocassem as almas. Agora pronto! Não havia mais segredo, e por incrível que pareça, isso não a incomodava, fazia com que ela enchesse o peito de orgulho, cheia de uma emoção reconfortante.
A noite foi crescendo e deixando de ser uma criança, as horas passaram rápido demais e o sentimento acelerava no peito daquela pequena menina, era hora de ir para cama. Marcos a levou até a porta do quarto e encostou-a na parede. Chegou mais perto e sussurrou em seu ouvido: "Dorme com os anjos e sonha comigo".
-Bobo, eu já estou sonhando.

(continua...)

OBS: gente, a vocês, que tanto me pediram a continuação desta estória devo um pedido de desculpas enormes (demorei, não é?). Mas o coração me pedia para não escrevê-la tão depressa. Agora aí está e prometo: não vai demorar para o fim. Beijos amores

terça-feira, 14 de setembro de 2010

As minhas entre-linhas

Desabafo sem deixar com que percebam. Não gosto de muitas palavras, de muitos detalhes, não com todo mundo. Eu desabafo quando conto alguma situação, adicionando uma pitadinha de sarcasmo e mais um punhado de humor; quando me desfaço de alguém para que meu coração acredite.
Expulso meus problemas para fora de mim com frases soltas; colocações sem sentido, fora de hora. Desafogo minha mágoas olhando para o chão, tentando enterrar tudo o que não precisa, que não pode mais sangrar. Minhas dores não se prostituem, não se vendem por qualquer mísero trocado de carinho; são castas, se mostram pouco a pouco, quando tem certeza de que irão receber muito amor e dedicação para cura-las.
Minhas lágrimas, ah, essas são fortes. Não se rendem. Não se entregam sob chantagem barata, é necessário muita tortura para que elas saiam de seu devido lugar.
E a minha essência é do tipo sedutora. Não vai para cama com o primeiro coração que encontrar. De início mostra seu lado forte, genioso, teimoso; um pouco da sua sensibilidade, mas não muito mais que isso. Não se entrega a qualquer galenteador. Espera algo sólido para então, despir-se por inteira; mostrando seu lado fraco, sujo, feio e também o mais doce.
Mas não se deixe enganar por todo esse mistério calculado, meus olhos podem te contar a verdade. Olhe para eles. Olhe, veja o que me machuca, o que me entristece, o que me faz feliz. Observe por trás das lentes míopes e verá. Verá que não sou de pedra, que a carne é fraca e alma mais ainda. Atente bem e descobrirá tudo o que tenho a revelar.
Já disse: não gosto de tantos discursos. Sou implícita. Sou o duplo-sentido, a ambiguidade; chegada a um paradoxo. Sou um daqueles livros com uma mensagem central que só se encontra nas entre-linhas. Mas infelizmente, ainda não conseguiram me ler.



domingo, 12 de setembro de 2010

MINHA GABI!

Desculpe-me mas está pra nascer uma mulher igual nesse século.É a mulher no ponto certo, pronta pra encantar, pronta pra acalmar, pronta pra botar pra quebrar! Ela é arte, COLO, abraço apertado, conselho, conforto, ponto de apoio. A verdade é que ninguém consegue ser como a Gabi é. Inteira. ÍNTEGRA.COMPLETA.É clássica e ao mesmo tempo moderna. Cheia de vontades,padrões e romantismos CAMUFLADOS por ela mesma.Quem conhece, logo se encanta. E eu, mais do que ninguém, sei como gosto dela. E acho super engraçado seu jeito de dizer que não está nem aí pra alguém ou alguma coisa, achando que vai me convencer.
Ela é o meu livro de auto-ajuda.Meu convite para me lembrar quem eu sou, sem personagens e meias palavras. Indivisível. Isso por mais que a ciencia evolua. Duvido que alguem invente uma forma de fragmenta-la.(Embora alguns integrantes do sexo masculino já tenham se aventurado...) Desmaterializá-la é impensável. Seja porque simplesmente não produzirá efeito (algo como 'aborted mission') ou porque cada particula jamais encontrará seu lugar exato, seu equilibrio perfeito, sua composição correta, contrastes, choques eletricos de brilhos e contradições.Enfim, nunca se recomporá igual ao que era quando chegar do outro lado. E é por tudo que isso que eu te amo, te agradeço e te admiro tanto,minha amiga. E apesar de sermos gêmias, eu quero um dia poder chegar ao menos aos teus pés, e ser um décimo da mulher que tu és.Minha rainha. Eu amo muito você, nunca se esqueça disso.

(miscigenação e adaptação de textos da Fernanda Mello)

Por Marianne Layzze

sábado, 11 de setembro de 2010

Na brincadeira da verdade


Bem, eu prometi a mim mesma que não demonstraria a você o quanto estou sofrendo. Jurei por minha vida que sempre encontrarias em meu rosto um sorriso e nenhum resquício das lágrimas da noite passada; jurei que eu te mostraria, o tempo todo, como sou melhor que sua nova namorada.
E assim ando fazendo. Todas as vezes em que te encontro estou com a minha melhor roupa, o cabelo mais arrumado, as unhas perfeitamente pintadas e trago comigo o meu sorriso mais bonito; lhe mostro o quão boa são as festas que passei a ir e o quanto meus namorados de uma noite me fazem bem.
Te mostrei tudo isso e um pouco mais! Deixei você olhar para meus olhos e perceber neles a falta que me faz, que ainda dependo do seu carinho e os meus dias se resumiram a bolar planos para fazer com que você enxergue que ainda sou a mulher de sua vida, a futura mãe de seus filhos, tudo que sempre quis; que você sente saudades e que quer voltar. Tento arrumar um jeito de te mostrar que eu não sou mais tua. E não adianta, sei que você vê que estou na palma de tuas mãos, ainda.
Que droga! Foi só te olhar uma única vez para que todo os meus planos mirabolantes se afogassem na ineficiência. Cortei o cabelo, pintei as unhas da cor que você detesta, passei a beber e a fazer tudo o que você desaprova e mesmo assim não consegui me livrar de você. Ainda está impregnado em meu corpo cada detalhe seu; ainda me faz bem teu sorriso e uma falta loucamente enorme estar do teu lado. Eu sei, e você também: minha cabeça, cada pensamento que se passa aqui é seu. Tento por força afasta-los, manda-los embora para bem longe, mas eles insistem em ficar. Já tentei de quase tudo e agora só me resta trazer você de volta para mim.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sou mais uma

Havia decidido não falar sobre a minha candidata a presidência da república, não fazer campanha pelo blog. Mas depois tive uma ideia: 'por que não fazer uma espécie de debate aonde eu poderei expor meus motivos para votar em Marina e meus queridos visitantes possam dar sua opinião e tentar conquistar mais um votinho para seus candidatos?' . Pois bem, vamos lá!
Marina da Silva, nasceu em um seringal de Breu Velho no estado do Acre. Venceu a mortalidade infantil, ao contrário de três de seus onze irmãos que não resistiram e passaram a fazer parte do enorme percentual de crianças que são derrotadas nessa luta pela sobrevivência.
Aos quinze anos, por conta de uma hepatite, foi levada a capital de seu estado: Rio Branco, para ser tratada. Analfabeta e conhecedora apenas das lições da floresta, Marina foi matriculada no Mobral, aprendendo a ler, só então.
De inicio, as letras não lhe garantiram um emprego bem remunerado: trabalhou como empregada doméstica. E só em 1891 foi que ingressou na Universidade Federal do Acre, no curso de História. Nova conhecedora do mágico passado Marina começou a dar aula para o segundo grau e a envolver-se no movimento sindical; lutou ao lado de Chico Mendes e ,em 1985, fundou a CUT do Acre (Central Única dos Trabalhadores) ao lado deste mesmo parceiro.No mesmo ano, filiou-se ao PT (Partido dos Trabalhadores) e candidatou-se a deputada federal, sem conseguir eleger-se.
Já em 1988, Marina foi eleita vereadora (a mais bem votada) de Rio Branco conquistando a admiração popular e alguns inimigos políticos: conseguiu a única vaga de oposição na Câmara Municipal, arrancando dos colegas de mandato benefícios financeiros.
Nos anos de 1990, renunciou ao cargo de vereadora para tentar mais uma vez eleger-se deputada, só que desta vez de seu estado; conseguindo novamente a maior votação. Quatro anos depois chegou ao Senado através do estado do Acre, repetindo o maior número de votos. De 95 a 97 foi Secretária Nacional do Meio Ambiente e Desenvolvimento do PT.
Marina teve como maior professora a Natureza e pelo desejo de não a ver morrendo tornou-se uma das grandes defensoras da preservação da Amazônia. No governo Lula foi Ministra do Meio Ambiente e para conseguir salvar sua tão querida mestra a ex-senadora tomou várias medidas como: a regulamentação dos acesso aos da biodiversidade; a criação do Serviço Florestal Brasileiro e do Fundo de Desenvolvimento para estimular o manejo florestal; por meio do IBAMA combateu a atividade predatória; com três anos conseguiu reduzir em 57% o desmatamento da nossa Amazônia; etc.
No dia treze de maio de dois mil e oito, por conflitos com outros ministros, divergências com a Casa Civil entres outras situações que a ministra considerava atrasar a preservação ambiental, Marina assinou sua carta de demissão e voltou ao Senado.
Em Agosto de 2009 Marina anunciou sua saída do Partido dos Trabalhadores, ingressando no PV e anunciando sua candidatura a presidência da república pelo mesmo em 2010.
Para mim, quem aprendeu a importância da educação saberá dá-la a seus "filhos". Por tanto: eu sou mais uma!




quarta-feira, 8 de setembro de 2010

De dentro de mim, para dentro de mim

Quando você me disse que precisava se afastar um tempo, que nem daquela outra vez, e o meu rosto, novamente, banhou-se em lágrimas, meu coração palpitou bem forte, me contou o que sentia, que sabia que você não voltava mais.
Só que preferi acreditar no doce de tuas palavras. Lembro-me bem que você dizia 'pode ser que seja um mês, um ano, dois, três ou mais. Não sei, só preciso me afastar de tudo isso.'
Ah meu amor, me segurei tanto, mais tanto, para não pedir que ficasse; para não lhe pedir que pensasse um pouco em mim, em nós!

Só que tenho em mim amor tão devoto e puro por ti que me vi incapaz de te segurar, balançar teus ombros e te obrigar a lembrar que tudo passa; talvez a tua dor sofrida e dramática me fizesse sentir dor maior ainda que a da distância. Descobri que sou fraca demais para te ver a sofrer.
Por isso, vá meu amor, vá para bem longe; para aonde teus pés te levam e o destino te implora. Vá, seja feliz. Mas não me peça para conter as lágrimas ao te olhar partir e fugir das minhas mãos que te agarraram com menos força que o devido; não me peça para esconder e ficar com o sofrimento só para mim, não exija que até assim eu seja egoísta; não me faça ter de olhar-te com tamanha falsidade feliz, não me obrigue a estar bem e ao mesmo longe de ti, não me force tanto.
Prometo, vez ou outra ir até onde você estiver. Sei, sei - você diz que os meses passam voando e logo chegará o verão, quando poderei ver-te novamente. Sei, meu bem, que esses minutos hão de me ajudar, mas não se esqueça: me deixas-te sozinha no inverno gelado do meu quente coração.



domingo, 5 de setembro de 2010

Deixe entrar o novo sol

A fumaça do cigarro se dissipa no ar, o corte grande um dia sara, o cabelo curto demais cresce, o amor eterno acaba, quem é essencial uma hora vai embora. Nada é para sempre, tudo se gasta. Mas não largamos essa mania, até bonita, de tentar eternizar as coisas; de vive-las antes do que elas acontecem, mais tempo do que elas realmente duram. E insistimos em fazer do luto morada permanente de nossa atenção, fingindo que não sentimos nada, que está tudo bem; quando na verdade, por dentro, se está podre. No ensaio falho de tentar ressuscitar o sentimento morto deixamos de viver algo bom, bonito e saudável. Tampamos os olhos para as portas que se abrem, para o sol novo que nasce a cada dia e recusamos a proposta que o mesmo nos faz ao partir - levar embora, melancolicamente, os resquícios de dores passadas. Amassamos nossos corações e os deixamos pequenos demais para caber algo inovador, diferente. Pintamos nossas vidas de cinza e preto, desprezando o arco-ires que se joga aos nossos pés; nos agarramos fortemente a uma dor desnecessária. Insistimos em manter um relacionamento oficial com o orgulho, um outro extra-conjugal com o rancor e ,ainda por cima, nos apegamos a afetos desvanecidos; esquecendo, outra vez no mesmo dia, que depois de um noite chuvosa, esperasse uma aurora que surja banhada de sol e prometa uma lua cheia acompanhada de suaa mil e uma estrelas.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

No meu calor sinto teu frio


Dessa vez fui eu quem te vi sair por esta porta, deixando tudo para trás como se somente o que está a sua frente tivesse importância e o que passou fosse apenas um sonho bom que não aconteceu.
Ah, você saiu, saiu e se esqueceu de me levar, ou pelo ou menos de me dá uma falsa justificativa e me deixar feliz; arrancou de mim tudo o que eu poderia ter, me deixou nua, sem ilusão nenhuma no coração, cheia de algumas verdades e meias que me fizeram engolir lágrimas amargas e morder o travesseiro para não gritar.
Queria muito que pudesses me ver agora, como eu queria. Quem sabe assim você teria dó de mim. Chegaria um pouco mais perto com esse seu jeito de quem não quer nada, penetraria em meu olhar os teus verdes encantadores e me daria só mais um punhadinho de mentiras doces. Ah vai, meia dúzia de ilusões não mata a ninguém.
Juro que não me importo se você me ferir. Prometo que não vou fazer bico e que não vou chorar quando você tiver de me deixar, mas por favor, só mais uma vez. Só mais uma única vez me abraça por trás e me beija o ombro, subindo ao meu ouvido só para sussurrar que eu sou especial, que você não teve nada igual e que não quer me perder; não custa nada deitar no meu colo e fazer carinha de cachorro pidão para ganhar cafuné; não vai doer, pelo ou menos não em você, dizer que eu sempre desperto o mesmo sentimento; não vai te machucar fingir que é verdade. E eu posso apostar, as solas de seus sapatos já conhecem o caminho do meu coração, não vão se incomodar em retornar ao lar e me fazer feliz, só mais uma vez.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O trem das nove

Eram oito e meia da manhã. O dia cinzento estava em harmonia com o coração nostálgico. Antônio olhou mais uma vez para o relógio, havia prometido deixar o pai na estação, estava com pressa. Sua cabeça cheia de papeis, que o esperavam em sua mesa, roubavam descaradamente a atenção do moço que só respondia ao pai em monossílabos.
Em meio aos seus 'sim' e 'aham', acabou por fitar o velho e percebeu que o tempo havia passado. Apertou forte o volante: estava surpreso. O pai ainda tinha suas mil e uma histórias de aventura, ainda usava aquela mesma pulseira que fora de seu bisavô, mas seu rosto denunciava: havia perdido tanto.
Naquele instante, o filho reparou que seu Antenor havia sido roubado pelos anos: já não tinha sequer um fio de cabelo preto; os olhos não tinham mais o mesmo brilho, aquele par castanho estava quase opaco; o riso torto já não se fazia mais presente; e a barriga juntamente com sua postura curvada denunciava que ele havia perdido também a sua força.
Ah, Deus, como ele queria voltar no tempo. Sentiu os olhos arderem e o coração se encolher, doía. Doía muito ver o pai daquela forma. Queria só por mais um dia poder chegar da escola e correr pulando para aqueles braços fortes de outrora; com uma voz fina contar-lhe como havia sido corajoso e enfrentado o menino mais forte da escola; queria contar-lhe da primeira namorada e sobre como estava apaixonado. Mas o tempo, maldito tempo, amante de todos, contou-lhe que seu pai errava que ele era humano e possuía defeitos, assassinando cruelmente a admiração que sentia pelo velho. Uma lágrima banhou-lhe a face. Mas o coração era duro e os carros buzinavam atrás dele para que ele prossegisse e continuasse empurrando tudo com a barriga - sem sentimento.
Outra vez agiram os ponteiros do relógio da vida encurtando o caminho até a estação. Chegará a porta, mas diferente das outras vezes ele sentia-se obrigado a deixar o pai no trem, vontade mesmo. Estacionou o carro e carregou as malas de um pai cansado.
Ainda lhes restavam dez minutos, outra lágrima caiu. Seu Antenor olhou o filho com aquela mesma ternura que o olhava quando ele chegava em casa chorando por ter apanhado ou perdido uma namoradinha. Abraço-o calorosamente dizendo: 'filho, não chores pelos anos que a vida levou embora, não derrames tuas lágrimas secas por esse velho que se vai'.
Tomou as malas das mãos do menino, deu-lhe um beijo: o primeiro de muitos e último de uma eternidade, subiu no trem. Eram cinco para as nove horas - o trem se preparava para partir. Antônio quis segurar o pai, pedi-lhe para ficar, ficar e perdoar; para aceitar o amor que havia guardado em uma gaveta como os velhos desenhos, mas eram nove horas e o trem não se atrasava. Eram nove horas e o trem tinha de partir. Eram nove horas e o trem partiu.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Das teorias mentirosas


Fui criada para ser forte. Me disseram desde pequetitinha que eu era um projeto de mulher-de-verdade: aquelas que dão a cara a tapa e se impõe; que eu tinha que buscar mais que tudo ter força, muita força na vida.
E mesmo com toda essa coisa sempre fui muito sensível, sempre chorei por pouca coisa, sempre magoei-me por qualquer bobagem. As lágrimas, a vida toda, insistiram em banhar-me quando meu pai trocava o carinho por uma voz mais séria; quando algo me enfurecia; ao assistir a um filme com mensagem bonita e até só por chorar. Mas me contaram que isso era motivo de piada e nada bonito.
Quiseram, e conseguiram me convencer, que o cansaço não pode vencer de jeito nenhum. Que mesmo que ele ligue, bata a porta, envie flores e faça mil e uma declarações de amor não se pode cair na conversa dele, porque ele é daquele tipo cafajeste, que só quer se aproveitar. Quis, tantas vezes e outras, deixar-me iludir: desistir, mas tinha sempre alguém pegando no meu pé e pedindo força, força e mais força- que a vida não é fácil.
Me ensinaram também, muito cedo por sinal, que é preciso andar com a responsabilidade pegada junto a mão, que não se pode larga-la nem perder de vista, é preciso tê-la ali junto ao braço, porque assim é mais difícil de cair. Tentaram me fazer aprender, a pulso, pelas experiências alheias, é claro, sem êxito; e mais uma vez, exigiram de mim que não fraquejasse.
Delicadeza: aprendi que não é para todos, ou assim interpretei. Findei, dolorosamente, um belo romance que tinha com a meiguice, e agora, tento a todo custo reata-lo para que possa enfim reatar com meus outros amores.
Percebi, ao piscar de olhos e derrubar erroneamente uma gota doída, que tudo são teorias. E teorias se desmentem o tempo inteiro.