quarta-feira, 8 de setembro de 2010

De dentro de mim, para dentro de mim

Quando você me disse que precisava se afastar um tempo, que nem daquela outra vez, e o meu rosto, novamente, banhou-se em lágrimas, meu coração palpitou bem forte, me contou o que sentia, que sabia que você não voltava mais.
Só que preferi acreditar no doce de tuas palavras. Lembro-me bem que você dizia 'pode ser que seja um mês, um ano, dois, três ou mais. Não sei, só preciso me afastar de tudo isso.'
Ah meu amor, me segurei tanto, mais tanto, para não pedir que ficasse; para não lhe pedir que pensasse um pouco em mim, em nós!

Só que tenho em mim amor tão devoto e puro por ti que me vi incapaz de te segurar, balançar teus ombros e te obrigar a lembrar que tudo passa; talvez a tua dor sofrida e dramática me fizesse sentir dor maior ainda que a da distância. Descobri que sou fraca demais para te ver a sofrer.
Por isso, vá meu amor, vá para bem longe; para aonde teus pés te levam e o destino te implora. Vá, seja feliz. Mas não me peça para conter as lágrimas ao te olhar partir e fugir das minhas mãos que te agarraram com menos força que o devido; não me peça para esconder e ficar com o sofrimento só para mim, não exija que até assim eu seja egoísta; não me faça ter de olhar-te com tamanha falsidade feliz, não me obrigue a estar bem e ao mesmo longe de ti, não me force tanto.
Prometo, vez ou outra ir até onde você estiver. Sei, sei - você diz que os meses passam voando e logo chegará o verão, quando poderei ver-te novamente. Sei, meu bem, que esses minutos hão de me ajudar, mas não se esqueça: me deixas-te sozinha no inverno gelado do meu quente coração.



9 comentários:

  1. eu sei como se sente...
    amei aqui.
    grande beijo.

    ResponderExcluir
  2. De sua postagem quero que me permita usar uma frase para comentar. Não é minha, mas tem tudo à ver com o que escreveu: Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver, forte eu sou, mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar... (Travessia – Milton Nascimento).


    Obrigado por sua atenção ao meu blog. Respondi com muito carinho. Até lhe dei uma dica de leitura lá. [sorrio]

    Jefhcardoso: Abraço!

    ResponderExcluir
  3. Só se pode amar deixando livre. Isso é o certo, sim, mas como custa, né, Gabi? oO

    Beijo, beijo. Lindo texto, como sempre!

    ℓυηα

    ResponderExcluir
  4. Mas amar é isso, amar à solta, amar livremente, amor que prende, que engasga, que sufoca não é amooor!

    Beijooos!

    ResponderExcluir
  5. Ler esse texto hoje, pelas coisas que me aconteceram, me fez chorar.
    Continue a escrever.

    um grande beijo.

    ps. como foi de feriado? podia ter durado mais, não é?

    ResponderExcluir
  6. Ai Gabi, esse texto me balançou. me deu saudades de um amor assim. não um amor sufocante, mas um amor sincero.

    lindo isso!

    beijos, flor.

    ResponderExcluir
  7. belo belo ! *-*

    "Só que tenho em mim amor tão devoto e puro por ti que me vi incapaz de te segurar, "

    é, o amor que respeita ! *-*

    ResponderExcluir
  8. Às vezes é necessário partir. Mesmo que exista o sentimento, o querer. Nem sempre é suficiente, às vezes não somos capazes de ser felizes, até mesmo quando temos tudo o que deveria nos fazer feliz.

    ResponderExcluir
  9. ah.. é mto mto ruiim ficar longe de quem a gente tanto ama, fica um vazio, a espera incomoda e ficamos com os pensamentos hora no passado, hora no futuro, é difícil nos concentrarmos para viver o presente..

    e eu penso: amar é deixar ir, pois se é amor, volta. bjs!

    http://meuprojetopiloto.blogspot.com/

    ResponderExcluir