“Helena sentiu-se mais enraivecida ainda, queria batê-lo, pedir para que ele a olhasse e a quisesse. Estava com a alto-estima ferida e com o caminho da desistência traçado.”
Voltaram para casa – ele tagarelando sobre suas filosofias de vida, ela ocupada com seus novos planos para esquecê-lo. Marcos falava cada vez mais e ela respondia cada vez menos, olhava-o com a esperança agonizante de que ele percebesse seu desejo, queria dar-lhe uma ultima chance, alimentava uma pontinha a mais de expectativa do retorno; respondia-o em monossílabos, e vez por outra lhe dava um sorriso. Naquele ritmo a tarde não demorou-se a despedir, logo veio o pôr-do-sol. Helena sentou-se a beira do mar, deixou que as ondas molhassem seus pés até que o sol finalmente adormecesse, decidindo ao mesmo passo que acabava ali, que já havia ultrapassado os limites, ela não precisava de um Romeu, ela nem era Julieta. Tomou o caminho de volta para casa e jogou-se debaixo do chuveiro, comprando a passagem de volta para realidade: ele não seria o primeiro que ela teria de esquecer.
Demorou-se no banho, queria que a água a deixasse neutra e forte outra vez, evitaria qualquer contato, nada de indiretas para relembrar o passado... agiria como se eles sempre tivessem sido apenas primos: nada mais. Iria sentar-se só e terminar o livro que havia largado pela companhia de Marcos, só que mais uma vez ele tinha de atrapalhar seus planos:
- Ei Helena, vamos ali, na praia?
- Ah, claro, vamos sim...
Ele era mesmo um idiota. Tinha de fazer com que ela traísse sua razão constantemente? Pobre menina. Lutava ardentemente para dizer-lhe um N-Ã-O, mas queria sempre responder que sim, sim, sim.
Sentaram-se os dois lado a lado, Marcos passou o braço pelas costas da menina; ela segurou-se para abafar um suspiro esperançoso, fechou os olhos no medo de que tudo aquilo fosse uma tremenda mentira.
-E agora, Helena, se o gênio aparecesse você saberia o que pedir?
-Eu realmente não tenho ideia...
-Um abraço? Um tapa? Nada?
-Não, eu não sei...
-E um beijo?
Deus do céu será que ele estava mesmo falando com ela? Será que ele estava mesmo dizendo o que ela queria ouvir, será? Não tinham tempo a perder, já haviam perdido amor demais. Ansiosa Helena recostou a cabeça naquele ombro conhecido, fechou os olhos e entregou-se ao seu desejo; deixou depois de muito que seu coração gritasse, beijou-o como há tanto queria e sentiu como nunca tinha sentido antes.
Tem selinho pra ti lá no blog!
ResponderExcluirAinda não indiqueir formalmente, mas sinta-se presenteada!
Bjs
Oi, tem um selo pra você lá no blog hihi Beijos
ResponderExcluirImpossível saber..
ResponderExcluirNão sabemos nem se ele realmente existe :s
Beijos, flor!
gosto desse teu modo de desenvolver um texto.
ResponderExcluirMaurizio
oh podes crer *.*
ResponderExcluirque lindo, minha querida.
Gostei muito de sua escrita! Muito bom aqui. Seguindo você, quero acompanhar suas postagens! rs
ResponderExcluirSe quiser: Veja minha brincadeira com a gramática:
http://ariannecarla.blogspot.com/2011/01/recordacoes.html