
Sou um jovem coração e como já era de se esperar, de se saber, passei por alguns perrengues. Em meu primeiro emprego e em outros tantos, meus anseios não foram correspondidos; não havia trabalho em equipe, só havia esforço e realidade de minha parte. Mas mesmo assim não pedi demissão, fui demitida. Fria, cruelmente e várias vezes. Sem dó me piedade meu patrão me mandou embora. Um ou outro até me readmitiu, mas sabe como é? Nunca dá certo.
Depois, andei por aí e entendi que não havia nascido para ser comandada, não precisava de um chefe. Então, pelas noites da vida, consegui alguns empréstimos de amores e arrumei, não sei aonde- dentro de mim, um pouco de coragem. Contratei algumas pessoas para serem meus funcionários junto a alguns sócios, e impus uma condição a todos que ingressavam e erguiam esta empresa a meu lado:eu seria a sócia majoritária. Todos concordaram e eu pensei que tudo iria dar certo e que o maior sucesso na indústria do amor seria alcançada por mim. Mas confiei demais, me passaram a perna; os sócios abusaram de seu poder e junto com alguns dos funcionários roubaram-me toda a força, sem deixar-me nenhum tostão de coragem e investiram tudo na concorrência.
Confesso, passei algum tempo fora do campo; achei que essa vida profissional havia acabado para mim, mas resolvi me dar nova oportunidade. Andei lendo sobre como anda difícil o mercado e não nego temo por mim; mas não posso ficar parado a vida inteira pedindo esmolas para quem não tem nada a me dar.
Foi então que procurando nos classificados um coração para trabalhar meu amor, achei essa agência e pensei que aqui teria uma nova oportunidade. Vou confidenciar mais uma coisa: estou disposto a pagar o que for e trabalhar o quanto for por uma nova chance. Pensem bem!