quinta-feira, 21 de maio de 2015


A birra e a raiva que me são características desagradáveis se colocaram pela primeira vez entre a gente. Saí daquela festa sem falar com você, transformando uma coisa banal no maior problema do mundo.
Pensei por dois segundos e meio que você fosse que nem os outros carinhas e que eu tinha que trazer de volta aquele estereótipo de mulher difícil para po der ficar em paz.
É, mas não funcionou!
Você não é que nem os outros, estereótipos não se dão bem comigo e meu coração ficou angustiado demais com o desenrolar da história.
Assim que deitei a cabeça no travesseiro, senti falta da tua mão me transpassando a cintura e da tua respiração mansa me servindo de cantiga de ninar.  Queria te mandar uma mensagem,  te ligar, te roubar para mim ou qualquer outra coisa que afastasse aquele clima chato que nos tomava.  Mas nunca foi minha intenção pular as cercas dos seus limites.
Senti vontade de te dizer isso, como todo o resto que se passa no coração. Como de costume,  criei cenas na minha cabeça, traçando todas as possibilidades possíveis para o que pudesse acontecer caso a coragem me invadisse e eu falasse aquilo que meu coração pede. Por um lado, imaginei a sua carinha linda me dizendo que não tinha acontecido nada e que eu não passava de uma menina boba. Mas por outro, imaginei você me dizendo que as coisas estavam dentro do normal e, por isso, estavam erradas; que o melhor a fazer era a gente se afastar, que talvez eu tivesse razão, que eu não era tudo aquilo que você pensava.
Entre as duas possibilidades, precisa dizer a qual me apeguei?  Você diria que eu preciso esperar mais o melhor das coisas e eu te diria que isso é forma de proteção e que eu só não quero me decepcionar,  melhor se surpreender. Você diria que concorda em partes e usaria do seu dom argumentativo pra me fazer ficar em dúvida e me trazer paz colocando diversas inquietações no meu peito.  Aí eu diria que...
Ah, quer saber?  Acho que perco mais tempo que devia com todas essas especulações.  Mas é que aprender a me jogar sem medo ainda faz parte da minha lista de 'coisas a fazer'.
E aí de tudo que resta, só fica aquele sentimento de que me prestei a mais uma cena ridícula e que não devia desperdiçar tantas oportunidades com essas conjecturas malucas.
E então,  depois de duas horas e quarenta e cinco minutos pensando,  o sono e um riso bobo me tomam. Acho que vou sonhar com você.

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