quarta-feira, 29 de julho de 2015

Das mensagens que nunca enviei

 

Há uns 5 dias atrás eu mantinha o desejo fixo de que você pudesse conhecer uma versão mais tranquila e menos dramática que eu tinha certeza ter me tornado há pouco mais de um mês,  dois quem sabe. 
Eu pensava e me perguntava: se você tivesse conhecido esse outro eu, se eu tivesse sido tão menos dos problemas que eu fui e representei, teria sido diferente?
Eu queria muito acreditar que sim. Mas não teria. Nada ia ter mudado. 
Eu avisei que eu era especialista em afastar pessoas, alertei que eu tinha um dom muito forte em destruir o que eu tinha de bom com elas. Você me disse que não era para eu gostar tanto de você,  que podia ser perigoso. Mas nós dois ignoramos os avisos de quem só queria o bem.  A vida não.  Ela não ignorou, ela foi atenta e certeira. 
Olha, tudo isso não deve fazer o mínimo de sentido. Na verdade, nada que venha da gente tem muito sentindo.  E isso me faz falta. Faz uma falta absurdamente horrorosa porque aprendi que o que dói nessa vida é aquilo que faz sentido.
Hoje me senti tão só no meio de tantas pessoas e só me veio uma pessoa a cabeça,  só você - aos olhos do meu cérebro que não tem nada de racional - parecia capaz de escutar todos os meus medos. E eu tenho tantos...
Mas tudo parece tão distante,  parecemos duas pessoas que conheci há uns anos atrás, tem horas que parece que a gente nem existiu. 
E eu senti um ódio muito grande disso tudo.  Até eu entender de verdade que eu não posso me esquivar dessa coisa toda de sentir,  que eu não controlo, que eu não sou imune. Entendi que por mais expectativas não criadas, promessas não feitas, a gente vai esperar sempre algo do outro alguém. Algo que as vezes é caro demais e que não pode ser exigido. A verdade é que as pessoas vão magoar a gente, mesmo que elas não queiram, menos pior que a gente escolha quem vai deixar essas cicatrizes. 
Eu não "só queria dizer" alguma coisa com isso tudo. Eu queria dizer muito,  queria dizer muito mais do que minhas palavras não relidas são capazes de expressar. E eu entendi também que eu nunca vou conseguir dizer tudo aquilo que preciso.
Agora, só queria poder te ligar, te pedir para vir aqui me dar um abraço, me fazer companhia nessa droga de vida nova que me trouxe tanta coisa boa. Eu tive um lapso do que eu sou de verdade. E sou egoísta o suficiente para querer me sentir compreendida.
Vou sentir vergonha,  vou me arrepender no instante em que eu apertar no botão para enviar e que essas palavras bagunçadas acumularem volume a sua caixa de entrada. Mas alguém me ensinou que o coração tem que ser seguido,  mesmo que o caminho que ele tome naquele segundo destrua a gente.  
Já no fim, como de praxe, não concluo meu raciocínio porque eu me sinto ridícula. E não tem mais você aqui para me dizer que eu não sou. 
E nem vai ter. 
Mas em parte, todo mundo é um pouco, não é?

Um comentário:

  1. Fiquei pensando e sabe que eu também não sei dizer se algo teria realmente mudado. Digo isso porque já tive essa dúvida. E, às vezes, depois de uma partida, a saudade, muitas vezes, é apenas a falta do que estávamos acostumadas. Claro que ainda pode ser sentimento. E se for mesmo, vai persistir e vamos identificar o que isso significa exatamente para nós.

    Desejo que a vida seja linda! Que possamos buscar mais de nós para nos encontrarmos e, aí sim, viver feliz com quem se ama.

    Linda semana!

    Beijo grande

    www.lucadantas.blogspot.com.br

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