sábado, 24 de setembro de 2011

Hoje, agora

Busco as velhas lembranças boas, mas não as encontro. Atraso meu relógio para deixar viva a esperança de que ainda há tempo; porém, minha consciência sabe que forjei isso, no intuito de que meu coração bata um tico mais feliz em sua própria saudade que também foi embora. Mas não adianta. Algo estranho anda acontecendo comigo, uma preferência secreta pelo presente.
Existe um vazio meio esquisito aqui. Não daqueles que dói ou que dá um medo tremendo de seguir em frente; parece mais com aquele que a gente sente quando se muda e estranha o novo lar. Dá aquele friozinho na barriga, aquela ansiedade para descobrir o que vai acontecer e, ao mesmo tempo, aquela sensação boa de que tudo finalmente está em seu devido lugar e que agora sim - tudo vai ficar bem.
A saudade de você resolveu me abandonar. Ficou agora só uma falta daquilo que eu sentia, mas da sua pessoa não sinto mais não. Dei um passo a frente. Perdi aquele medo estúpido que eu tinha de seguir em frente. Aprendi a esperar o que a vida pode trazer de bom, parei de exigir que ela cumprisse promessas subentendidas. Entendi: juras, na verdade, nunca existiram; no fundo, é só desejo, vontade passageira.
No entanto, não trago raiva suas. Botei a mágoa para fora e dei seu lugar à uma espécie de perdão (ainda estou treinando). Abri espaço para p que há de positivo. Separei-me do passado. E agora, vou correndo de braços abertos para o que se faz presente.

3 comentários:

  1. Afinal o agora é mais importante, pelo menos para mim!

    Beijos

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  2. Até acho que já citei aqui, mas teu texto me fez lembrar daquela cantada pela Ana Carolina que diz, lá pelas tantas, que "perder o vazio é empobrecer".

    =\

    Beijo, flor.

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  3. Olá!
    Seu texto já está no meu blog com os devidos créditos!
    Te desejo mais e mais verdade, e intensidade em suas escritas.
    Eu amo escrever, e tudo o mais que é ligado a arte...
    Bjoss e boa semana!

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