terça-feira, 18 de outubro de 2011

Paciência



Eu estava ali – arisca, impaciente, distribuindo patadas e insegurança para todos os lados, principalmente em sua direção; e você permaneceu no mesmo lugar – inerte, parado, rindo com o canto da boca, cheio de paciência e pronto para me provar, que assim como dois mais dois são quatro, homens insistentes (quando o sabem ser, é claro), conseguem sim o que querem.
Eu, com toda a minha pressa e todos aqueles sentimentos à flor da pele, bati o pé e te mandei ir para qualquer lugar longe de mim. Você, não moveu nem sequer o dedo do pé e continuou a me olhar, manipulou meu coração sem que eu percebesse. Fez com que eu sentisse algo que me era estranho: nada de borboletas no estômago, de suor nas mãos ou coração acelerado; deu-me uma calmaria inquieta, uma vontade de deitar e esperar, sem pressa, ao menos uma vez na vida, o que esse tal de destino me reservou de bom. Você também me fez fazer aquelas besteirinhas que a gente faz quando tem doze anos de idade e pensa que encontrou o amor da vida da gente; me fez rir sozinha e cantar por nada. Logo você. E você também me ensinou o valor do amor que se constrói. Me fez enxergar que dos pequenos sentimentos é que nascem os grandes.
Você cultivou em mim o amor-próprio, fez com que eu enxergasse coisas em mim, que segundo você mesmo, eu nunca deveria ter esquecido. Trouxe-me de volta algo bom que há muito eu não sentia. Com esse seu jeito manso, acabou me conquistando e fazendo como que eu me prendesse a você de uma forma que eu jamais poderia imaginar.
E eu, que antes jurava te querer longe de mim, conheci um medo horroroso de te perder. Tem horas que tenho vontade de te puxar a manga da camisa e pedir para não me deixar nunca, para não arrancar de jeito nenhum essa coisa bonita que você provocou aqui dentro. Te olhando assim, como essa cara de quem não sabe o que quer, tenho vontade de decidir por você e determinar que a sua única possibilidade é ao meu lado. 

9 comentários:

  1. Não é fácil ter paciência diante dos que têm excesso de paciência.
    Carlos Drummond de Andrade

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  2. Que delícias são as pessoas improváveis, né, Gabi?

    Um beijo.

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  3. As pessoas improváveis são as melhores!

    :)

    beijos

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  4. Adorei! Parabéns pelo blog. Beijos Bia

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  5. As vezes precisamos que nos mostrem como estamos errados, e como é BOM estar errado as vezes :)
    adorei demais o texto !
    beeeeeijo

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  6. Bonito...
    =)

    Fez com que eu lembrasse do medo que tenho de perder alguém que ainda nem tive direito...

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  7. Certamente um homem insistente consegue o que quer, mas também conseguimos, se tentarmos com igual determinação.

    Esse sorriso no canto dos lábios, esse olhar estável... Tudo isso balança qualquer coração.

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  8. Que lindo...dizem que esse sentimento capaz de gerar calmaria e bem estar assim é mesmo o tal do amor!Belo texto moça...estava com saudades de vir aqui!

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