sábado, 5 de fevereiro de 2011

Nos reencontros da vida - Passo e meio



“Deus do céu será que ele estava mesmo falando com ela? Será que ele estava mesmo dizendo o que ela queria ouvir, será? Não tinham tempo a perder, já haviam perdido amor demais. Ansiosa, Helena recostou a cabeça naquele ombro conhecido, fechou os olhos e entregou-se ao seu desejo; deixou depois de muito que seu coração gritasse, beijou-o como há tanto queria e sentiu como nunca tinha sentido antes.”
Todos os seus sentidos gritavam contentíssimos, no entanto a realidade tinha sempre de vir visitar aquela menina. Helena aninhou-se nos braços de Marcos, que acariciava aquela pequena mão:
-Eu não devia ter feito isso.
-Por que, Helena?
-Você tem namorada...
-É, eu sei. Mas a culpa foi minha, eu deveria ter me controlado.
-Não, não, que é isso? Eu também tenho a minha parcela de culpa, você não fez isso só, eu podia ter dito não.
-Não precisa ficar se culpando, a culpa foi minha.
-De que adianta ficar aqui brigando pela culpa, hein?
-Você tem razão...
E mais uma vez beijaram-se, trocando ali um pedido de desculpas pela culpa que não sentiam, falando do sentimento que guardavam e daquilo que não devia ser dito; diziam – calados – que, naquele momento, se queriam mais que qualquer outra coisa, que naquele instante não podia se perder; e choravam juntos, sem uma lágrima sequer, o fim que sabiam que não iria se demorar. Ele a olhava como se tivesse um breve arrependimento de não tê-la esperado um pouco mais, ela o devorava com o arrependimento por não ter voltado.
-Acho melhor voltar-mos para casa, ou então vão dar por nossa falta
-Mas que droga, seu idiota; não quero saber se vão perceber que estamos aqui, sozinhos. Na verdade, eu quero mesmo é que todo mundo saiba e que confirmem o que sempre acharam: que você nunca me esqueceu. - era tudo o que Helena queria responder. Mas controlou-se e riu: mas é claro, vamos...
-Não sem antes me dar um beijo.
Ele não adivinhara seus pensamentos, mas sabia agradá-la. Voltaram para casa, sem mãos dadas, sem braços entrelaçados; voltaram como dois desentendidos, como o enroscar de pernas debaixo da mesa ao qual estavam familiarizados.  Sentaram-se com todos, como se nada tivesse acontecido, não se entreolharam, Helena anunciou a sua hora de dormir. Despediu-se e tentou encontrar seu sono em um copo d’àgua. Até que sentiu que alguém lhe abraçava por trás – era ele. Beijo-a como ainda não havia feito, davam mais um passo, como se a quisesse com maior intensidade.
-Ei, ei, acho melhor a gente parar, Marcos.
-Certo, certo, eu prometo que vou me controlar.
-Então, até amanhã.
-Até. E ah, sonha comigo, princesa.
-Seu bobo...

(...)

18 comentários:

  1. Oun qe lindo, seguindo RÁ *-------------*

    ResponderExcluir
  2. Porque tudo que é proibido, é mais gostoso. (6)

    ResponderExcluir
  3. Concordo, Maíra. Aquilo que não se deve fazer é o que mais nos instiga. Lindo demais!

    Um beijo.

    ResponderExcluir
  4. Cheio de detalhes, inspirador. Como são complicados esses amores, que até se mostrarem verdadeiros nos confundem e enlaçam, né?
    Beijoca!

    ResponderExcluir
  5. " Ele a olhava como se tivesse um breve arrependimento de não tê-la esperado um pouco mais, ela o devorava com o arrependimento por não ter voltado." Isso acontece tanto, não é?
    A história por mais triste que seja em certos pontos, ficou linda. E muito fofa!
    Beijos

    ResponderExcluir
  6. Não foi mentira quando alguém disse que 'certos desejos são incontroláveis'

    ResponderExcluir
  7. Amores são sempre complicados mas nem por isso deixam de ser verdadeiros.
    Muito lindo esse post!

    Beijos

    ResponderExcluir
  8. mt bom o texto
    se eh verdadeiro, nao tem cm controlar
    mas tbm nao tem pq mentir e enganar ne?
    bjs
    adorei o post

    ResponderExcluir
  9. Suas palavras nesse conto foram feitas com uma pitada de cada coisa. A menina sentimental e acima de tudo, objetiva. E o garoto "cafa" e "apaixonado". E um relacionamento sem nexo algum.

    Gostei bastante. Primeiro pelo nome da personagem, adoro 'Helena' e caiu super bem para a mocinha do conto. Depois pela maneira desajeitada que suas palavras mexeram com sentimentos antigos meus.

    Beijo! =)
    ingridbrasilino.com

    ResponderExcluir
  10. Achei fofo esse post. E concordo com a pessoa acima que disso " Escondido é mais gostoso " rs. beijos :*

    ResponderExcluir
  11. Quanto sentimento....

    tudo que é proibido é mais gostoso...

    bjs, bom final de semana!!

    ResponderExcluir
  12. Muito bom o post!!!

    Belo espaço!!!

    Gostei pra caramba, voltarei mais vezes...

    Convidaria vc a conhecer meu trabalho (poesia, teatro, poesia)

    Ficaria Muito feliz!!

    http://mailsonfurtado.com

    ResponderExcluir
  13. O nome do blog " as palavras sempre ficam" fora bem empregado, viu. Este post além de ser de grande sentimento, realça a frase típica citada inúmeras vezes aqui: " Escondido é mais gostoso "
    um beijo

    ResponderExcluir
  14. os bobos são os melhores... como controlar? rs.

    ResponderExcluir
  15. Hello Gabriela..waw very nice photo..love love love.wait for my blog.kısses

    ResponderExcluir