sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Malas feitas e coração despedaçado


Vou arrumar as malas, vou-me embora! Decidi, vou largar tudo, todos. Vou fazer a minha vida, fazer o que sempre quis. Deixarei tudo para traz, meus amores, minhas cicatrizes, minhas magoas, mas irei apagar as minhas pegadas. Não quero que ninguém lembre de mim, e se por acaso alguém me olhar na rua, não saberá quem sou e nem ousará perguntar a uma desconhecida ‘como vai’.É isso ai, vou me transformar em uma estranha, uma completa estranha, um ser que eu mesma vou ter de conhecer.
Ou melhor, vou me matar, suicidar-me e nascer de novo, quero ser uma fênix. E serei. Mas pode ser que amanhã, eu queira ser a pequena sereia e passe a vida inteira nadando, ou que depois eu queria ser Pete Pan, na terra do nunca. Mas provavelmente daqui a algumas horas, irei me contradizer novamente, irei sentir saudades, e nesse instante eu vou querer ser mais uma entre um milhão, exatamente como agora. E então, vou desfazer as malas e deixar o coração sangrar.

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