sábado, 9 de janeiro de 2010

"Foi embora mas eu nunca disse adeus"...


Chamada confidencial, nada do outro lado da linha, nem mesmo uma respiração. O frio aumentava, ‘bem que ele poderia ligar’, pensou. Mas não adianta, melhor era não alimentar esperanças, ele não ligou, nunca ligaria.
O cheiro do álcool junto ao cigarro a enjoam, era o cheiro dele, mas cheiro pode ser lembrança. E eram, só lembranças que não deviam ser lembradas.
Ela precisava se esquentar, precisava de calor, do calor dele. Tinha que tomar mais uma dose, mas aquilo tinha o gosto dele. Iria ligar o som, tudo ficaria bem, mas a única melodia que escutava era a voz dele sussurrando em seu ouvido. Ia sair, veria gente nova, mas em todas as pessoas só via ele. Tinha de tomar a bola para ela e ganhar o jogo, mas nunca conseguia tomá-la dele. Só precisava viver sua vida, mas de que adiantava se ele era sua vida.

3 comentários: