sábado, 6 de fevereiro de 2010

Mundo, minha parada é a próxima




As pessoas se assustam com cada coisa, incrível. Para muita gente, é um escândalo e até um absurdo dois homens abraçados/beijando, duas mulheres de mãos dadas, e eu me pergunto por quê? Não to aqui para defender os gays, nem recriminá-los, quem sou eu para falar de qualquer demonstração de amor? È que esses últimos dois dias, depois de um exemplo que o Marcos Vilhena deu em sala de aula, sobre pré-conceito e suas reações fiquei pensando, nada mais importante para preocupar-se?
E o pior é que há sim coisas mais importantes para se preocupar, que não só os preconceituosos tratam com descaso, mas toda a sociedade. Exemplos é que não faltam: é muito comum as pessoas passarem por uma criança pedindo esmola na calçada e não sentirem nada, nem dó; ou encararem um jovem fazendo malabarismo, todos os dias, no semáforo e mais uma vez não sentirem nem um aperto no peito; assistir todos os dias aos jornais e não se escandalizar com uma noticia de que um pai abusa sexualmente de sua filha de oito anos, ou das enchentes em São Paulo, seca no Nordeste e fome por todo mundo; e mesmo assim esses monstros acham tudo normal.
Será esse o grande mal do mundo? Achar tudo normal? Ou ter o pensamento de que não se pode fazer nada, por isso é melhor nem se preocupar e usar a falsa desculpa que o mundo não tem jeito mesmo.
È por essas e outras que eu me pergunto se eu sou gente ou um extraterrestre. È que para mim é meio estranho está andando na rua e vê uma criança pedindo trocado, pensar que ela não ta indo para escola, que não tem o que comer, que não pode brincar e que, talvez, nem tenha carinho. Nessas horas, eu me sinto mal, sinto um aperto no peito, parece que eu não tenho valor nenhum, porque eu não posso fazer nada. E aí a sensação de peixe-fora d’água cresce cada vez mais, parece que as pessoas ao meu redor não sentem nada disso, e todas elas me parecem máquinas, incapazes de sentir algo. Já dizia Caio Fernando “para o mundo, que eu quero descer”.
Quero me encontrar, mas não sei onde estou
Vem comigo procurar algum lugar mais calmo
Longe dessa confusão e dessa gente que não se respeita
Tenho quase certeza que eu não sou daqui
(Renato Russo –Meninos e Meninas)

2 comentários:

  1. Menina do céu, eu fico cada vez mais besta com tua capacidade, muiiiiiiito boooooooooooom :)

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  2. não sei quem é vc para falar de amor, mas sei que fala dele e de qualquer outra coisa MUITO bem. sabe, esse teu post mexeu muito comigo, porque me fez vê como sou fria e deixo coisas tão importantes passarem despercebidas; por isso, eu te agradeço, Gabriela Furtado, muiiito obrigada! continue sempre assim, escrevendo e encantando....

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