A princípio éramos como cargas negativas: repelíamos-nos. Mas o tempo, como sempre, tem de passar e aprontar das suas presepadas irônicas, juntando a nós três, por tanto. Primeiro, fomos duas, depois três. Lembro exatamente do dia que vi cada uma de vocês, senti daquelas raivas sem sentido que sentimos de uma garota nova; só depois entendendo que me senti ameaçada, talvez, eu tenha percebido de imediato quanto brilho trazem vocês.
Por pouca coisa e muita afinidade nos unimos. Nem me lembro direito como isso começo, alguma coisa como festas e amores frustrados, talvez; foi coisa de pouco tempo para que descobríssemos que, na verdade, éramos cargas opostas: negativas e positivas, e que juntando o nosso melhor com nosso pior nos atraíamos.
A vida parece tão doce no início de uma amizade, não? Aliais, de qualquer relação. Jura para gente de pé junto que é para acreditar com toda fé, que vai dar certo, que o tal do para - sempre não é lenda: é sorte, e que fomos escolhidas. Se a danada dessa vida falou a verdade eu não sei, mas que a sorte me encontrou pegada a mão de vocês, ela me encontrou.
Sendo gentil, a vida, nos aproximou demais, separadas não éramos três, e sim 1/3 de um inteiro. Sabíamos mais da vida e dos sentimentos das outras do que nossos próprios; fomos fortes para sustentar dois problemas a mais, generosas para dar dois sorrisos a mais e bem inteligentes por termos de abrir mais dois espaços em nossos corações.
Mas acontece que esta moça gentil é casada com uma tal de distância, e ela, minhas queridas, não tem senso de humor e tem uma alergia danada a alegria alheia. Enxergam o que ela fez? Chegou no momento mais difícil que tivemos e puft, separou-nos. E querendo pousar de boa menina, essa maldita, deixou com que ficássemos duas a duas; apresentou-nos más companhias: a frieza, a mágoa, os ciúmes e a tristeza. Como não percebemos que tais amigos, eram amigos mesmo da onça, como não percebemos?
Fomos fracas, caras amigas, fraquíssimas deixando com que essa distância infeliz conseguisse fazer por verdade suas intrigas; falhamos (isso é verdade), mas é importante que enfatizemos a primeira pessoa do plural e nos esqueçamos da primeira e segunda do singular. Porque apesar dos conselhos dessa miserável distância, o para sempre (o nosso para sempre), ainda existe.
É essencial, irmãs queridas, que não façamos uso do sinal negativo, que optemos, de qualquer forma, pela adição (nada de uma a uma ou duas a duas); que nós estiquemos os braços e agarremos as mãos, porque no fim do nosso conto de fadas moderno ainda seremos, separadas, terço de um todo; e juntas – um inteiro de um todo. Não usemos de maneira alguma a palavra “fim”, evitemos a “saudades” e nos agarremos a “amizade”. Porque ao final de nossa comédia romântica, os príncipes vão-se embora e só ficam os nossos sonhos, aqueles – os mais bonitos.
Conheço bem essa história, até porque vivo algo parecido. Amizade é realmente um dos alicerces mais essenciais na nossa vida. Temos sorte de ter amigas tão leais. Lindo texto, mais uma vez.
ResponderExcluirUm beijo.
adorei seu texto. gostei da forma como você usou os sinais, e as amigas da onça. as amizades hoje em dia são assim, na verdade, sempre foram. é preciso força para manter o elo, de cada uma das partes. beijos
ResponderExcluirEras que coisa mais tocante! Despertou-me um sentimento de tristeza por ter deixado a distância e essas outras más companhias me afastarem de grandes amigas. que como escrevestes, eramos 1/3, desde então me sinto incompleta...
ResponderExcluirbeijos.
Só os sonhos permanecem.
ResponderExcluir:)
AA que raridade! Amizade :\ Já cheguei a pensar em desistir... Sonhe e acredite! ;*
ResponderExcluirA amizade é um amor que nunca morre!
ResponderExcluirFoi aqui que vi que essa frase é verdadeira!!
Hoje eu acordei nostálgica, com saudades de pessoas que estão impregnadas na minha história em épocas diferentes e com as quais não tenho mais contato frequente.
ResponderExcluirTeu post foi o start para as lagriminhas...
Muito lindo, flor, muito!
Beijocas, ótima semana!
ℓυηα
Lindo o texto. As amizades, nossa, elas são essenciais na vida - e me sentirei gratificada quando sentir uma amizade verdadeira assim. Adorei, Gabi (posso te chamar assim?)! Lindo!
ResponderExcluirÉ assim mesmo a amizade, bem como escreveste. Nos sentimentos completas de repente, sabemos que tem alguém fora de nós que sabe o que se passa dentro.
ResponderExcluirE o que eu acho mais triste é quando as relações vão se enfraquecendo, desaparecendo. Mas quando os laços são fortes mesmo, o nó não desata.
=*
essas são as melhores amizades que podemos ter!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAlgumas coisas são eternas.
ResponderExcluirPai, mãe, irmãos... E alguns poucos amigos e amigas.
Nada como boas amigas, não é, guria? Acho que a gente rega essas amizades e floresce sempre, independente da estação.
ResponderExcluirUm beijão!