quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Nos reencontros da vida - E a ansiedade

Para não se perder


Era dia de natal, tudo fazia com que se lembrasse dele, mas sua presença não se fazia. Mas que droga, era o coração começando a reagir. O gelo derretendo depois de um longo inverno de desamor.”
Helena esperou por todos os minutos daquela festa que ele adentrasse por aquela porta e retomasse tudo de onde havia parado; ria de pensar que, quem sabe, ele nem se dessa conta do tempo como ela se dava. Queria tanto poder olhar naqueles olhos outra vez, de uma forma diferente. Ah, ela queria que tudo fosse de outra forma, como ela sonhava agora. A realidade não atendeu aos pedidos de seu pequeno coração – ele não chegou.
Por vários dias esperou que ele chegasse de onde estava e colocasse em contradição todos aqueles seus medos, mas ele não veio e seus desejos ficaram apenas em sua cabeça. A ansiosa menina, pouco a pouco, se cansava de esperar, a razão batia-lhe a porta e ela voltava ao mundo real. Deixou de se arrumar tanto, resolveu aproveitar melhor as festas e cogitava uma possibilidade de tentar conhecer os bons partidos que lhe apareciam. Mesmo cheia de saudades e de uma dor estranha quando sussurrava baixinho aquele nome, entendeu que a vida era feita para se seguir em frente, sempre em frente. Repetia para si que ele havia passado, o coração protestava e ela bem sabia fingir.
Deu um primeiro passo, um segundo e quando, numa bela tarde, estava quase caminhando rumo ao futuro quando o vento lhe trouxe uma surpresa inesperada: Marcos entrava pela porta. Seus olhos se cruzaram e Helena achou que as poucas pessoas daquela sala podiam ouvir seu coração gritando: ‘eu sabia que ele viria, eu sabia’. Ficou parada, inerte, até que ele estendeu-lhe a mão:
-Oi, Helena? Tudo bem?
-Tudo, tudo bem.
Nossa como ele havia sido frio, queria puxa-lhe pelo braço e perguntar se ela nada tinha significado para ele; queria sacudi-lhe os ombros e pedir que ele a olhasse novamente, mas só conseguia concentrar-se nas batidas violentas de seu peito.
Ai, Deus, como doía à indiferença. Por quê?  Por que não causava mais efeito nenhum sobre ele?  E por dois dias, questionou-se freneticamente; precisava descobrir porque estava invisível àqueles lindos olhos.  Mas a vida outra vez resolveu surpreende-la, estava quieta, lendo algumas páginas de Caio Fernando e sentindo-se entendida, até que percebeu uma cadeira sendo puxada a seu lado: era ele.
-Oi, priminha, como anda a vida?
-Tudo ótimo. E tu?
-Bem, bem. Ah, que livro é esse?
Discorreram por horas sobre livros e autores, preferências. Falaram um pouco da vida, dos planos para o futuro, sem tocar nem de longe no passado proibido. Mas ele inventou de olhar para o relógio:
- Bem, eu vou indo ali. Quer ir comigo? Violão, com uns amigos, só.
-Acho que não vou me sentir muito a vontade- que droga, como era burra, devia ter dito um sim.
-Claro. Hum, a gente pode fazer alguma coisa hoje à noite. Aliais, vai passar ano-novo na praia com todo mundo?
-Vou sim.
-Ah, melhor assim, então.      
Ela nem acredita, seu coração dançava em um Tum-tum desesperado, teria mais alguns dias para tentar conquistar outra seu primo. Ela conseguiria, conseguiria sim. 

6 comentários:

  1. Ô, Marcos, mas o que é isso, companheiro???

    =\

    Rs...homens, homens!

    Beijos, minha flor!

    ℓυηα

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  2. Juro que fiquei com uma vontade intrínseca de sacudi-la de mancinho, para entender melhor o que a realidade lhe mostra. Sempre teimamos em ideializar e imaginar mil coisas, que lá na frente nos partem em 83 pedacinhos. Mas fé Helena. Fé!
    Beijo!

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  3. nossa, como sempre vs arraza !
    mas fez eu lembrar de um amor de primo que eu tenho ! mas agente sempre se ve kkk e tira um pedacinho um do outro kkkk
    beeijos

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  4. Pior do que amor não correspondido é a sua indiferença! =/

    beijos!

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